Um olhar sobre o uso das mídias em tempos de Pandemia na Escola Estadual Everaldo Vasconcelos no Município de Santana-Amapá

Una mirada al uso de los medios em tempos de pandemia en el Colegio Estatal Everaldo Vasconcelos del Município de Sanata-Amapá

A Look at Use of Media in Times of Pandemic at The Everaldo Vasconcelos State School In The Municipality Of Santana-Amapá

Pojoapy ojeporuháicha pandemia aja Mbo’ehao Estado popeguáva Everaldo Vasconcelos, Sanata-Amapá Municipio pegua rehe jejesareko

 

Leticia da Silva Corrêa de Souza1, Idalea Cardoso Alcantara2 y Silvia Alessandra Cruz Quadros3

1Universidade Tecnológica Intercontinental (UTIC), 2Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), 3Secretaria Municipal de Educação de Santana-Amapá

 

Nota de las autoras

 Facultad de Posgrado, Dirección em Escola Estadual Professor José Ribamar Pestana

 [email protected]

 

Resumo

Este artigo traz reflexões sobre o uso das mídias em tempos de pandemia na Escola Estadual Everaldo da Silva Vasconcelos, no município de Santana-Amapá-Brasil, no ano de 2021. O problema da pesquisa são as dificuldades dos docentes em trabalhar nas aulas on-line, utilizando recursos tecnológicos, e não possuem treinamento ou habilidade no manuseio das ferramentas e aplicativos necessários para realizar aulas a distância. O tipo de pesquisa é quantitativa, desenvolvida a partir de pesquisa de campo. O instrumento utilizado foi um questionário com perguntas estruturadas e semiestruturadas, aplicado online a professores do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, com uma população de 22 professores. O objetivo geral da pesquisa é: Investigar o uso das mídias na prática pedagógica dos professores da Escola Estadual Everaldo Vasconcelos no período de ensino a distância e como objetivo específico identificar as dificuldades dos professores na gestão de essas ferramentas e aplicativos digitais para dar continuidade ao processo de ensino e aprendizagem. Os resultados da pesquisa mostraram que a maioria dos professores entrevistados não possui formação, cursos ou conhecimento na mídia e, por isso, tem dificuldades em gerenciar recursos, ferramentas e aplicações tecnológicas para implementar a práxis pedagógica, embora os utilizem de forma incipiente.

Palavras chave: dificuldades, docentes, aulas online, tecnologia

Resumen

Este artículo trae reflexiones sobre el uso de los medios en tiempo de pandemia en la Escola Estadual Everaldo da Silva Vasconcelos, en el municipio de Santana-Amapá-Brasil, en el año 2021. El problema de investigación son las dificultades de los docentes para trabajar en clases en línea, utilizando recursos tecnológicos, y no cuentan con capacitación o destreza en el manejo de herramientas y aplicaciones necesarias para realizar las clases a distancia. El tipo de investigación es cuantitativa, desarrollada a partir de una investigación de campo. El instrumento utilizado fue un cuestionario con preguntas estructuradas y semiestructuradas, aplicado en línea a docentes de Primaria II y Secundaria, con una población de 22 docentes. El objetivo general de la investigación es: Indagar el uso de los medios en la práctica pedagógica de los docentes de la Escola Estadual Everaldo Vasconcelos en el período de enseñanza a distancia y como objetivo específico identificar las dificultades de los docentes en el manejo de estas herramientas y aplicaciones digitales para continuar el proceso de enseanza y aprendizaje. Los resultados de la investigación mostraron que la mayoría de los docentes entrevistados no cuentan con formación, cursos o conocimientos en medios y por ello tienen dificultades en el manejo de recursos, herramientas y aplicaciones tecnológicas para implementar la praxis pedagógica, aunque los utilizan de manera incipiente.

Palabras clave: dificultades, docentes, clases en línea, tecnología

Abstract

This article reflects on the use of media during a pandemic at the Everaldo da Silva Vasconcelos State School, in the municipality of Santana-Amapá-Brasil, in 2021. The type of research is quantitative, developed from field research. The instrument used was a questionnaire with structured and semi-structured questions, applied online to Elementary School II and High School teachers, with a population of 22 teachers. The general objective of the research is: To investigate the use of media in the pedagogical practice of teachers at the Everaldo Vasconcelos State School in the period of remote education and as a specific objective to identify the difficulties of teachers in handling these digital tools and applications to continue the process of teaching and learning. The results of the investigation showed that most of the interviewed teachers do not have training, courses or knowledge in media and, for this reason, they have difficulties in handling technological resources, tools and applications to implement pedagogical praxis, although they use them in an incipient way.

Keywords: pandemic, teachers, media and school

Ñemombykypyre

Ko jehaipýpe oñemboguejy jepy’amongeta pojoapy jeporu rehe pandemia aja Escola Estadual Everaldo da Silva Vasconcelos-pe, Santana-Amapá-Brasil távape, ary 2021-me. Apañuãi ojehapykuererekáva hína ñepysãnga ojuhúva mbo’eharakuéra omba’apo hag̃ua yvytu pepo rehe, oiporúvo umi pojoapy pyahu, ha nda’ikatupyrýiva oiporu rekávo umi tembiporu tekotevẽva oñembo’e hag̃ua mombyry guive. Ko jeporekapy niko cuantitativa, ha oñemboguata jepovyvy ojejapóva okápe reheae. Oñemarandumono’õ rekávo, ojeporu cuestionario oñemboguapyhápe mba’eporandu, ha oñemyenyhẽukáva yvytu pepo rehe mbo’eharakuérape mitã mbo’ehaopeguápe II ha Mitãrusukuéra mbo’ehaópe; oñemba’aporandu 22 mbo’ehárape. Jehupyryrãramo oñemoĩkuri: ojehapykueho mba’éichapa oiporu pojoapy hembiapo mbo’ehaopeguápe umi mbo’ehára Escola Estadual Everaldo Vasconcelos pegua, oporombo’e hag̃ua mombyry guive. Jehupytyvoirãramo katu ojehechakuaa ñepysãnga ojuhúva umi mbo’ehára oiporúva umi tembiporu ha aplicación digital osegi hag̃ua omboguatave hembiapo. Oñembotývo, ojehechakuaa umi mbo’ehára oñeñemongeta hague apytépe hetaitereive noñembokatupyrýi térã ndaha’eveiha oiporúvo umi pojoapy ha upéicha rupi hasykue ichupekuéra oiporúvo umi tembiporu ha aplicación pyahu oporombo’e hag̃ua, jepevéramo oñepyrũma ojepokuaamimi hesekuéra.

Mba’e mba’e rehe oñeñe’ẽ: ñepysãnga, mbo’ehára, ñeporombo’e yvytu pepo rehe, pojoapy pyahu

 

Fecha de recepción: 30/11/2021

Fecha de aprobación: 13/04/2023

 

Um olhar sobre o uso das mídias em tempos de pandemia na Escola Estadual Everaldo Vasconcelos no Município de Santana-Amapá

O advento da COVID-19 desde 2020, impactou grandemente nossa rotina e trouxe grandes mudanças em todas as áreas e nos fez pensar em alternativas para superarmos os desafios que se apresentam no momento. A Educação não fica de fora dessa realidade, onde uma série de adaptações foi imposta pelos governos federais, estaduais e municipais, através de leis, pareceres, portarias e decretos. Os sistemas de ensino tiveram que adotar, de forma excepcional, atividades pedagógicas não presenciais a fim de garantir o atendimento escolar essencial aos estudantes, durante o período de suspensão das aulas presenciais, provocado pela Pandemia do Covid-19. Logo, as mudanças se devem na forma de ensinar, de estudar, de aprender.

Com as aulas presenciais suspensas em decorrência da COVID-19, as mídias sociais passaram a ser um recurso de extrema importância para não interromper o aprendizado do aluno, os sistemas de ensino tiveram que se adequar ao cenário de aulas não presenciais, seguindo as orientações oriundas dos Conselhos Nacional, Estadual e Municipal de Educação reorganizando as propostas curriculares e emitindo outras orientações necessárias para a continuidade do processo educacional e o direito de aprendizagem da crianças, investindo em atividades remotas.

Diante dessa nova realidade, considerando as possíveis limitações, todos foram e estão sendo desafiados; alunos que precisam estudar e realizar as atividades sem a presença do professor, os pais que tornaram-se tutores e educadores, e os professores que tiveram que se reinventar, tendo que aprender a utilizar novas ferramentas para o ensino, antes desconhecidas por eles.

A pesquisa de campo de cunho quantitativo foi realizada na Escola Estadual Everaldo da Silva Vasconcelos, no município de Santana-Amapá, localizada na Rua Emílio Garrastazú Médici s/nº – Bairro Paraíso – Santana – Amapá. Criada em vinte e sete de dezembro de 1993, sob o Decreto de Lei n º 2242, tendo autorização de funcionamento em vigência dia 27 de maio de 2009 sob a portaria n° 348/09-SEED/GEA. Atende nas modalidades do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano), e Ensino Médio (1ª a 3ª série), totalizando 582 alunos matriculados nos três turnos, no ano corrente.

O instrumento utilizado para coletar as informações foi a entrevista semiestruturada, através de um questionário on-line, somando-se a isso a leitura sistemática de autores renomados que tratam da temática abordada no trabalho para melhor fundamentar e discorrer sobre o assunto tratado.

A pesquisa constitui-se dividida em 2 capítulos nos quais o primeiro irá discorrer sobre Mídias: Conceito e características, com objetivo de definir os principais recursos midiáticos utilizados em aulas remotas, além da importância na formação continuada. O segundo capítulo apresenta uma pesquisa realizada na Escola Estadual Everaldo da Silva Vasconcelos, onde podemos analisar o uso das mídias em tempo de pandemia.

A pesquisa foi elaborada a partir de inquietações dos pesquisadores, atendendo aos objetivos do estudo. Através da pesquisa, os professores responderam a 09 (nove) perguntas referentes ao tema abordado, visando identificar aspectos relevantes, além disso, pretende-se consolidar as informações obtidas para conhecermos os conflitos vivenciados pelos professores no que concerne à utilização das mídias no dia a dia. As perguntas que compõem este tipo de questionário resultam do embasamento teórico, suposições e informações prévias sobre o fenômeno investigado.

Os sujeitos da pesquisa foram professores do Ensino Fundamental II e Ensino Médio da Escola Estadual Everaldo da Silva Vasconcelos, no município de Santana-Amapá, ressalta-se que eles foram indispensáveis nesse estudo de campo, porque somente através deles pode-se obter respostas de grande importância para a realização deste trabalho científico.

A partir da realidade instalada no ensino devido ao COVID-19 e a adequação das aulas presenciais para aulas remotas, fez-se o seguinte questionamento: Quais as dificuldades enfrentadas pelos professores no manuseio das ferramentas digitais e aplicativos necessários nas aulas remotas?

Partindo da hipótese de que a maioria dos professores já tinham dificuldades na implementação dos recursos tecnológicos nas aulas presenciais, quando o formato de interação mudou, estas dificuldades se intensificaram, como veremos no decorrer da pesquisa.

O presente estudo intitulado “Um olhar sobre o uso das mídias em tempo de pandemia na Escola Estadual Everaldo da Silva Vasconcelos, no município de Santana-Amapá”, está pautado em um tema de grande relevância, que impõe aos professores o desafio de trazer para seu contexto as informações presentes nas tecnologias e as próprias ferramentas tecnológicas, articulando-se com os conhecimentos escolares e propiciando a interlocução entre os indivíduos.

Dessa forma, torna-se de extrema importância o tema pesquisado, pois este estudo tem por objetivo geral: Investigar o uso das mídias na prática pedagógica de docentes da Escola Estadual Everaldo Vasconcelos no período de ensino remoto e como objetivo específico busca-se identificar as dificuldades dos docentes no manuseio dessas ferramentas digitais e aplicativos para dar continuidade ao processo de ensino e aprendizagem.

 

A importância do uso das mídias no processo de ensino e aprendizagem

A sociedade em que vivemos afasta-se radicalmente da industrial para poder construir uma sociedade da informação, ou mais apropriadamente, numa sociedade do conhecimento. Neste contexto, associam-se à informação, características de revisão contínua e de crescente grau de complexidade. Seu conceito está intimamente ligado a novas experiências de espaço e tempo. Assim, as palavras “Conhecimento” e “Educação” voltaram a exercer um novo fascínio.

As principais características da sociedade da informação – complexidade, estabelecimento de novas conexões e atualização constante – implicam em uma nova visão da educação e da formação das pessoas, principalmente o professor, que ainda continua sendo o pilar do processo educacional.

A Sociedade do Conhecimento, também chamada de Sociedade da Aprendizagem, requer uma nova leitura do mundo em que vivemos. Entretanto, difícil é nos despirmos de velhos conceitos, velhas linguagens, dos paradigmas passados, quando eles ainda são naturalmente uma parte de nós mesmos.

Diante das mudanças tecnológicas na sociedade, a escola não deve ficar fora dos avanços tecnológicos, pois excluirá seus alunos de novos conhecimentos e os deixará com pouca preparação para enfrentar os desafios que acontecem no seu cotidiano.

As diferentes mídias: conceitos e características

Conhecer e compreender as linguagens midiáticas são essencialmente importantes para que o professor e o aluno viabilizem novas formas de comunicação de acordo com as condições sociais e históricas. Mas o que é linguagem?

Para O’Sullivan (2001) podemos definir a linguagem como sendo um código ou “conjunto de signos governado por regras definidas por um acordo entre membros da cultura que os utiliza”(p.08). Signos são compostos por dois elementos: o significador, que é uma forma física, e o significado, que é um conceito mental daquilo a que o signo se refere.

O Programa de Aprendizagem para Professores dos Anos Iniciais da Educação Básica (2003) enfatiza o significado da palavra mídia:

Em latim, media significa os meios. Daí vem a palavra. É o plural de medium (o meio). O termo foi adotado nos Estados Unidos e depois adaptado ao português na forma como se pronuncia em inglês: mídia. Designa o conjunto dos meios de comunicação social utilizados atualmente, como rádio, TV, telefone, jornais, revistas, cartazes, internet [...] (p. 05).

Logo, a mídia é compreendida como os meios que possibilitam a comunicação e interação humana, conforme conceitua Goulart (2014):

O conceito de mídias sociais se integra nesse contexto, e alguns autores postulam que elas, basicamente, podem ser resumidas como “pessoas conectadas por meio de redes de comunicação digital”. O termo “mídias” é amplo e contempla um conjunto de possibilidades, que vão desde “meios físicos”, propriamente ditos, como um CD-ROM, um meio lógico ou virtual, mas geralmente com o sentido de “algo que é um suporte”. Em termos de comunicação, a terminologia se amplia, abarcando diversas formas ou sistemas de comunicação, como o rádio, a televisão, um folheto, uma camiseta etc. O termo “sociais”, por sua vez, enfatiza o lado humano do conceito, e possui como objetivo final as pessoas em suas relações sociais. (2014, p. 14)

No contexto escolar o que se observa é que a escola apresenta dificuldades em acompanhar as inovações neste tipo de comunicação, pois a cultura digital cresce aceleradamente e crianças e jovens se apropriam muito rápido desses novos conhecimentos, exigindo que os professores busquem formações e informações para atender as expectativas da sociedade e dos estudantes, traduzindo um sentimento de pertencimento desses novos códigos e atribuindo em sua prática, novas formas de se relacionar com os estudante e com o processo de ensino e aprendizagem.

Borges (2008) afirma que as mídias se utilizam de diversos conjuntos de signos organizados de forma a produzir sentidos que viabilizem a comunicação e o aprendizado. Assim, cada mídia tem o seu código associado, sua maneira própria de viabilizar um ato comunicativo. Podemos caracterizar as linguagens midiáticas como: Visual, que se expressa através textos ou imagens, como: cores, formas, expressões e evocações imediatas que captam a atenção das pessoas; Auditiva caracterizada pelo uso dos sons, como exemplo, o rádio; Audiovisual, a qual integra o uso de imagens, de texto escrito e de sons, também conhecida como linguagem complexa, como o cinema e a televisão; Multimídia em que se observa a integração de textos, sons e imagens de uma forma não estática. É encontrada nos CDs, DVDs, na internet e na realidade virtual, sendo sua criação atrelada ao surgimento do computador; Hipertextual que surgiu com o crescimento do uso do computador e principalmente com o surgimento da internet, um exemplo são os Sites na internet, que são considerados hipertextos, quando abrimos uma “janela” ou ao ler um texto on-line, o mesmo pode nos remeter a outros links complementares (fotos, textos). Mas, nem sempre a linguagem hipertextual é característica de ambientes virtuais, atualmente muitos livros impressos vem na formatação característica de hipertextos, ou seja, o leitor não precisa fazer uma leitura sequencial ou linear, ele pode escolher os capítulos que mais lhe interessam numa primeira leitura, sem a necessidade de ler o livro todo.

No período de aulas remotas houve necessidade de adequação das estratégias de ensino, adaptadas ao contexto de aulas virtuais. Alguns recursos tecnológicos e aplicativos são necessários para viabilizar uma aula que atenda as expectativas de aprendizagens e assim dar-se continuidade ao processo de ensino-aprendizagem. Os aplicativos que mais poderiam ser úteis nesse processo são:

-          Google Meet que facilita a participação nas videochamadas nas aulas. Traz oportunidade de realizar trabalhos em grupo on-line e com interface rápida e leve e o gerenciamento inteligente de participantes, podendo ser incluído muitas pessoas na chamada.

-          Mentimenter é uma plataforma on-line para criação e compartilhamento de apresentações de slides com interatividade. A ferramenta oferece recursos interativos como nuvem de palavras e questionários, com a participação dos estudantes, que podem ser compartilhadas via internet com seu público.

-          O Padlet é uma ferramenta on-line que permite a criação de um mural ou quadro virtual dinâmico e interativo para registrar, guardar e compartilhar conteúdos multimídia. Funciona como uma folha de papel, onde se pode inserir qualquer tipo de conteúdo (textos, imagens, vídeo, hiperlinks) juntamente com outras pessoas.

-          O Google Sala de Aula permite criar um ambiente onde o professor possa compartilhar com os alunos materiais, bem como criar e receber tarefas e trocar informações através de e-mail e mensagens instantâneas. Nesta plataforma também pode-se utilizar atividades colaborativas.

-          Slido é uma plataforma fácil de usar perguntas e respostas, além de pesquisas. O Slido ajuda os alunos a tirar maior proveito das aulas, fazendo a ponte entre professor (palestrante) e o aluno (público).

-          Podcasts são sites para disponibilização de conteúdos em áudio, mais especificamente, para gravações de falas para serem ouvidas por usuários em momentos diversos.

Essas são algumas ferramentas, plataformas e aplicativos que poderiam ser utilizadas no ensino remoto, visto que este tipo de ensino exige dos profissionais da educação ferramentas para desenvolverem suas aulas e assim melhorar a participação e interatividade dos alunos.

 

A importância da tecnologia na educação durante a pandemia

A pandemia pelo novo coronavírus provocou um cenário inédito de isolamento social, o que nos levou a repensar nossas práticas de um modo geral, com estratégias rápidas e planejamento sendo organizado e executado ao mesmo tempo. A transição para o ensino remoto causou um impacto enorme no aspecto emocional de milhões de estudantes, educadores e famílias, além de expor, mais uma vez e com ênfase, fragilidades históricas dos sistemas educacionais, os quais sempre suscetíveis a situações de crises ou fatores que afetam diretamente o cumprimento do ano letivo, assim como das possibilidades de aprendizagem dos estudantes.

Como o encontro presencial entre professores e alunos não pode mais acontecer, a necessidade de se buscar caminhos para aproximar esses atores trouxe para dentro da educação a necessidade do uso das tecnologias para a manutenção das atividades escolares. O que nos leva a discrepância social entre os estudantes, pois segundo dados de pesquisa do instituto Datasenado quase 20 milhões de alunos deixaram de ter aulas durante a pandemia em todo o país, ou seja, um percentual de 35% dos estudantes tiveram as aulas suspensas, mas não migraram automaticamente para aulas remotas.

Além dessa desigualdade, a pesquisa realizada pelo Datasenado, destaca que 64% dos pais consideram que a qualidade do ensino diminuiu com as aulas remotas. Ora, quais motivos levam a uma diminuição da qualidade?

Entende-se que o profissional da educação pouco avançou quanto ao uso de mídias na sala de aula ao longo dos anos, o que trouxe um impacto maior no período de aulas remotas. Segundo Dorigoni, G. e Silva, J. (2008), apontam que antes da pandemia a escola já fazia o sub-uso das mídias, além do aluno estar a frente do professor e da própria escola quanto a tecnologia. O que nos leva a entender o fato dos pais não acreditarem na produtividade da aula remota.

Para que pudéssemos verificar em Santana/Ap como as famílias vêm a aula remota, fora feita uma pesquisa de opinião pelos pesquisadores deste artigo através do Google formulário, em que se buscou uma amostra que envolva escola pública e particular. Destaca-se que 73 pais responderam a pesquisa, sendo que a maioria destes possuem filhos em escolas municipais, quando indagados sobre a maneira como as aulas remotas aconteceram prioritariamente, logo, 35% afirma que o recurso utilizado pelos professores seriam atividades impressas, visto que a maioria dos alunos das escolas públicas têm dificuldade em acessar a internet de casa, enquanto que os alunos das escolas particulares tinham interação ao vivo com os professores todos os dias, através de aplicativos de reuniões ao vivo. A maioria das aulas nas escolas públicas ocorreram no período remoto através de aulas gravadas, material apostilado impresso e aplicativos de mensagens.

Diante das dificuldades para o contato efetivo entre professores e alunos, levou as famílias a questionarem quanto a qualidade do ensino desenvolvido neste período, sendo que 49% dos pais acreditam que os resultados das aprendizagens de seus filhos não é satisfatório quanto seria em aulas presenciais.

O professor e a formação continuada

Atualmente, as mídias estão mais presentes no contexto escolar, são ferramentas que se bem utilizadas enriquecem consideravelmente o processo de ensino-aprendizagem. Conhecer esses recursos e aplicá-los em sala de aula é de suma importância para melhorar a educação, sendo assim, os cursos de formação continuada em mídias são uma opção a mais que deve fazer parte do currículo dos profissionais da educação. Pois, com formação adequada, esse docente terá a oportunidade de explorar as tecnologias, analisar suas potencialidades, estabelecer conexão entre essas mídias e as atividades que desenvolve como formador, tendo a sua disposição uma variedade de recursos midiáticos que pode utilizar para incrementar suas aulas, conforme Moran (2000) aponta ser importante que cada docente encontre o que lhe ajuda mais a sentir-se bem, a comunicar-se bem, ensinar bem, ajudar os alunos a que aprendam melhor. É importante diversificar as formas de dar aula, de realizar atividade, de avaliar.

Com isso, destaca-se que enquanto seres humanos, precisamos adquirir o conhecimento sobre o nosso meio ambiente e nossas relações durante toda a vida. Assim, como resultado de experiências, fazemos as associações entre os eventos do mundo ao nosso redor. Isso nos leva a considerar que a aprendizagem somente acontece quando ocorre a mudança de comportamento do ser humano, em resposta a uma experiência anterior, requerendo a existência de um significado efetivo para o aprendiz. Segundo Freire (1998) “[…] quem forma se forma e reforma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado” (p. 25), ou seja, durante o processo de formação, o docente passa a adquirir experiência, conhecimento, os quais o transformam, com isso, a sua maneira de pensar e agir se modificam.

Dessa maneira, pensar na formação do professor e pensar numa sociedade mais bem formada culturalmente, podemos entender que a partir do momento em que o ser tem uma qualificação mais ampliada e atualizada, consequentemente vamos ter uma sociedade mais bem preparada e autônoma.

 

A importância da educação continuada dos professores para a utilização das diferentes mídias na escola

As transformações ocorridas na sociedade precisam ser trabalhadas nas instituições de ensino para que não se tenha uma defasagem do currículo e dos conteúdos, a falta de relação com a realidade e uma série de outros fatores que refletem a não-aprendizagem e/ou a dificuldade na aprendizagem, principalmente, a significativa. Isso tudo está intrinsicamente relacionado à formação de professores, como podemos observar em Costa (2005), o qual enfatiza que:

[...] é importante levar em conta, nesse processo de transformação, todos os índices que apontam para a educação como uma instituição com déficits na formação dos alunos, na capacidade de mantê-los em seus programas e em torná-los competentes para os desafios da sociedade atual. Sabe-se que da escola se espera muito mais do que a alfabetização e o desenvolvimento da cidadania e do nacionalismo, que se cobra da escola uma participação maior na formação dos indivíduos e no apoio às difíceis condições de vida que eles enfrentam no mundo contemporâneo [...] (p. 21).

Dessa forma, o professor precisa ter em mente que incluir essas mudanças na escola não é fácil nem imediata, é um trabalho que envolve debates, experimentação, análise e avaliação, em um processo com avanços e recuos, sem desistir frente aos obstáculos que aparecem com frequência.

Vale ressaltar que Fischer (2001) chama atenção sobre o quanto os professores sabem pouco a respeito de quanto se alteraram os modos de aprender das gerações mais jovens:

Afinal, o que é para eles estar informado ou buscar informação? De que modo seu gosto estético está sendo formado? O que seus olhos buscam ver na TV, o que olham e o que dizem do que olham? Que sonoridades lhe são familiares, aprendidas nos espaços da mídia? O que lhes dá prazer nessas imagens midiáticas? Com que figuras ou situações alunos e alunas se identificam mais acentuadamente? Que modos de representar, os objetos, os sentimentos, as relações entre as pessoas, são cotidianamente aprendidos a partir da linguagem do cinema e da TV? (p. 24)

É nesse cenário que o profissional da educação precisa buscar melhoria na sua prática pedagógica, redimensionar o seu papel, sendo estimulador do conhecimento e não apenas transmissor. Moran (2000) ressalta que “o professor se transforma agora no estimulador da curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por buscar a informação mais relevante” (p. 05).

Nesse sentido, para que a atuação do educador apresente bons resultados, ele precisa estar constantemente se atualizando e estudando sempre. Por isso, a formação contínua do professor permite a análise da teoria na prática, além de desenvolver reflexões sobre sua prática pedagógica. Para Freire, (1998), a reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo” (p.24).

Isto deixa claro que o educador necessita de formação permanente para se atualizar sobre o que está acontecendo, buscando informações para estar consciente dos diversos saberes.

Assim, o processo educativo necessita estar relacionado ao contexto atual, em que o aluno está inserido. E tudo isso implica em conhecer e saber usar pedagogicamente entre outros recursos, as mídias, para desenvolver nos alunos além da análise crítica, um conjunto de competências que os tornem capazes de tomar decisões, traçar planos e organizar os recursos necessários para aprender de forma contextualizada.

Moran (2000) diz que para nós professores, essa mudança de atitude não é fácil. Estamos acostumados e sentimo-nos seguros com nosso papel tradicional de comunicar ou transmitir algo que conhecemos muito bem. Sair dessa posição, entrar em diálogo direto com os alunos, correr o risco de ouvir uma pergunta para a qual não tenhamos respostas, e propor aos alunos que pesquisemos juntos para buscarmos a respostas tudo isso gera um desconforto e uma grande insegurança.

Dessa forma, o professor precisa ter coragem e compromisso para utilizar as mídias na educação e deixar de lado o hábito das rotinas, mesmo que suas condições de trabalho não sejam favoráveis, sempre haverá uma opção para incluir as mídias integrando-as ao ensino.

O uso das mídias na Escola Estadual Everaldo de Vasconcelos

A Escola Estadual Everaldo Vasconcelos é uma escola pública criada através do Decreto nº 2242 de dezembro de 1993, a qual já passou por algumas reformas, no entanto, não foram reformas estruturais, com isso desde 2019, a Escola encontra-se fora da seu espaço, o que dificulta o uso do LIED, que é um espaço organizado com computadores. Mesmo tendo um espaço destinado com equipamentos para atender à comunidade escolar, esse ambiente pouco tem funcionalidade, pois seus equipamentos são antigos e estão deteriorados. Assim, a inserção das mídias nas aulas dos professores tornou-se inviável no sentido de melhor encaminhar o processo de ensino e aprendizagem. Os servidores que trabalham nessa sala possuem curso de formação em TICs e até 2019 aplicavam cursos para os alunos e auxiliavam os professores. A partir de 2020, com a pandemia, os servidores do LIED da escola criaram uma cartilha, com dicas de sites, aplicativos e vídeos variados que os professores poderiam utilizar em aulas remotas.

Logo, a Escola Estadual Everaldo Vasconcelos faz uso das mídias ao longo dos anos, no entanto, ainda de maneira tímida e restrita ao laboratório de informática. No período de aulas presenciais, o uso das mídias em sala de aula se dá prioritariamente pelo uso do programa Power Point, o qual é utilizado de maneira limitada quanto aos recursos.

Análise e interpretação dos dados da pesquisa

O embasamento teórico e as descobertas de informações transformam a sala de aula em um ambiente de aprendizagem, de investigação, reflexão, descoberta e construção do conhecimento. Portanto, conhecer as mídias e suas potencialidades utilizando-as com base nos objetivos específicos para cada atividade prevista no seu planejamento é um dos aspectos a ser considerado pelo professor: Isto porque segundo Prado (2008) para questionar o aluno, desafiá-lo e instigá-lo a buscar construir e reconstruir conhecimento como uso articulado de tecnologias, o professor precisa saber quais mídias são tratadas por essas tecnologias e o que elas oferecem em termos de suas principais ferramentas, funções e estruturas.

Com relação a esses pontos acima, percebe-se que o professor deve atentar para o que está aprendendo e como vai inserir esse aprendizado em seu planejamento, lembrando que sempre é bom fazer um paralelo entre a teoria e a prática de seu trabalho, para melhor identificar os pontos positivos e negativos e assim melhorar cada vez mais sua práxis.

Método

O presente artigo surgiu de inquietações das autoras ao observar as práticas dos docentes neste período de aulas remotas e também de leituras prévias da literatura sobre o tema apresentado. Com intuito de reunir informações a respeito do tema em questão, realizou-se pesquisa bibliográfica de livros, artigos, dissertações e teses para fundamentar nossas inquietações quanto ao manuseio das mídias nas aulas remotas e as dificuldades dos docentes em utilizar muitas delas em sua prática pedagógica.

Optou-se pela pesquisa quantitativa, realizada com uma população total de 22 docentes do ensino fundamental II e Ensino Médio, com amostra de 22 docentes, através de questionário estruturado, aplicado através do Google formulário, com perguntas fechadas, sendo o foco da pesquisa dentro das dimensões: Investigar o uso das mídias na prática pedagógica de docentes da Escola Estadual Everaldo Vasconcelos no período de ensino remoto e específico identificar as dificuldades dos docentes no manuseio dessas ferramentas digitais e aplicativos para dar continuidade ao processo de ensino e aprendizagem. O desenho é não experimental uma vez que as pesquisadoras não manipularam a variável.

Para Moreno (1992), o padrão do universo social é invisível, mas os gráficos podem torná-lo visível. Assim, os questionamentos foram formais, a fim de obter respostas mais precisas, utilizando-se critérios de múltipla escolha.


Resultados

Figura 1

Resultado da pergunta sobre se os entrevistados possuem Formação em TIC’s/Mídias

A primeira pergunta feita aos professores foi se os mesmos possuem formação em TICs/Mídias. 18,2% de professores afirmaram que sim e 81,8% não.

Isso nos leva a observar que mesmo diante da importância do uso da mídias na educação como forma de implementar as práticas pedagógicas dos professores, muitos profissionais ainda precisam se aperfeiçoar quanto a essas novas ferramentas que a cultura digital impõem aos profissionais da educação, uma vez que a criança, o adolescente e o jovem estão mergulhados nessa cultura, são os ditos estudantes conectados, e se apropriam muito rápido desses novos conhecimentos e interações. O professor, neste contexto, precisa se tornar o professor 3.0 como bem afirma Goulart (2014) e diante dessa necessidade de atualização poder contribuir de forma decisiva para a melhoria de sua prática educativa junto aos alunos. Desta forma, é importante destacar as contribuições de Libâneo (2004) quando afirma que o processo de educação continuada deve ser um processo constante e permanente, principalmente quando se trata de aprender novos processos como a questão das mídias e das novas tecnologias.


Figura 2

Resposta sobre se Participam de formação continuada em mídia ofertados pela rede estadual ou outra plataforma

A segunda pergunta foi se eles participam de cursos de formação continuada em mídias, oferecidos pela rede estadual ou outras plataformas. 36.4% de professores afirmaram que sim e 63,6% não.

A partir das respostas dos professores, percebe-se que há necessidade de avançar em formação continuada em mídia, pois a sociedade impõe que profissionais da educação estejam atualizados e dominem os recursos tecnológicos para utilizarem de maneira consciente e apropriada em sala de aula. Neste sentido, de acordo com Libâneo (2004):

A formação continuada pode possibilitar a reflexividade e a mudança nas práticas docentes, ajudando os professores a tomarem consciência das suas dificuldades compreendendo-as e elaborando formas de enfrentá-las. De fato, não basta saber sobre as dificuldades da profissão, é preciso refletir sobre elas e buscar soluções, de preferência, mediante ações coletivas. ( p. 227)

Compreende-se nesse sentido que os professores precisam tomar ciência de suas necessidades e de busca por novas formações ou aprendizados que os possibilitem a dominar esses recursos que estão há muitas décadas disponíveis, porém com pouca adesão na prática de sala de aula e, com a pandemia, veio a necessidade de utilizar os recursos tecnológicos e aplicativos para dar continuidade ao processo de ensino-aprendizagem em formato remoto.

Dessa forma, a busca pela formação foi também reforçada no exposto por Marques (2006) afirmando que as novas descobertas na sociedade requerem novos caminhos na formação do educador, a formação do profissional de educação precisa ser revista, impondo domínio na sua prática pedagógica devido às novas tecnologias existentes nesse contexto atual, e pela diversidade de informações que a mídia nos mostra. O educador precisa ser o mediador desse conhecimento, orientando seu aluno para diferenciar o que é bom e o que é ruim no mundo tecnológico.

Figura 3

Resposta sobre a utilização das mídias e recursos tecnológicos nas práticas de sala de aula

Quando perguntados se utilizam as mídias e os recursos tecnológicos nas aulas, 54,5% responderam sim e 45,5% não.

Percebe-se nesse sentido que apesar da pouca formação em mídias, o número de professores que utilizam em sua prática os recursos tecnológicos aumentou. Isso nos faz observar que mesmo não tendo formação e não buscando aprendizados no manuseio dos recursos tecnológicos, boa parte já começa a incluir na prática de maneira a inovar suas aulas. Sobre esse aspecto Almeida destaca:

Compreender as potencialidades inerentes a cada tecnologia e suas contribuições ao ensinar e aprender poderá trazer avanços substanciais à mudança da escola, que se relaciona com um processo de conscientização e transformação que vai além do domínio de tecnologias e traz subjacente uma visão de mundo, de homem, de ciência e de educação. (2006, p. 4)

Saviani (2003) afirma que “a escola tem o papel de possibilitar o acesso das novas gerações ao mundo do saber sistematizado, do saber metódico, científico” (p. 75). Para isso é necessário organizar processos, descobrir formas adequadas a essa finalidade. Essas atitudes na sociedade pedem mudanças, transformações na educação e isto inclui os educadores, sendo prioridade nesse segmento a capacitação profissional.


Figura 4

Resposta sobre a frequência da utilização das mídias nas aulas

Foi também perguntado aos professores com que frequência utiliza as mídias em suas aulas. 13,6% 1 vez na semana, 18,2% 2 vezes na semana, 13.6% três vezes na semana.

Observa-se nesse sentido que a educação continuada recebida na temática com relação às mídias vem se configurando como um instrumento significativo na mudança de comportamento na prática dos professores da escola lócus da pesquisa bem como na melhoria do processo do ensino e da aprendizagem. Assim tendo o eixo o enfoque do desenvolvimento profissional docente, traz consigo o enorme desafio de situar com clareza o papel dos professores na sociedade atual, que demanda cada vez mais uma grande capacidade de adaptação, flexibilização, atualização de conhecimentos, frente às exigências da prática educativa.

No processo de formação, segundo Prado (2008) o educador tem a oportunidade de vivenciar distintos papéis como o de aprendiz, o de observador da atuação de outro educador, o papel de gestor de atividades desenvolvido em grupo com seus colegas em formação e o papel de mediador junto com outros aprendizes. A reflexão sobre essas vivências incita a compreensão sobre o seu papel no desenvolvimento de projetos que incorporam distintas tecnologias e mídias para a produção de conhecimentos.

Estamos certo de que as tecnologias podem colaborar para um ensino inovador, observa-se que o que ocorre na prática é muito pouco diante das possibilidades que a TV e vídeo, internet entre outros meios podem contribuir na formação dos educandos, por ser uma visão diferenciada com relação às outras tecnologias e mídias, enquanto prática inovadora. O resultado ao questionamento do gráfico 4, demonstra que quase a metade dos entrevistados já fazem uso das tecnologias pelo menos uma vez por semana.


Figura 5

Resposta sobre as dificuldades no manuseio de aplicativos e programas no apoio ao ensino remoto

Quando indagados em relação aos aplicativos e programas de apoio ao ensino remoto, o nível de proficiência apresentou-se baixo nos aplicativos Slido, Mentimenter e Padlet que auxiliaria na relação professor e aluno no período de aulas remotas, com intuito de melhorar a participação e interatividade. Porém, observa-se que os profissionais, mesmo diante da grande necessidade de se utilizar esses recursos, poucos adotaram em sua prática, deixando de dinamizar suas aulas e torná-las mais interessantes e interativas. Isso mostra que os professores necessitam adquirir uma postura diferenciada frente aos novos desafios midiáticos conforme afirma Goulart:

O Professor 3.0 será aquele ciente desta “nova cultura on-line” e dela lançará mão para elaborar situações, problemas, desafios, por exemplo, para dinamizar o processo educativo. A organização do trabalho, a divisão de responsabilidades e a demanda por liderança eficaz são aspectos importantes e decorrentes a serem oportunizados pelo docente para a construção de um novo perfil de cidadão, com mais autonomia para aprender, mais participação comunitária e com foco na solução de problemas comuns e práticos. (2014, p.24)

Diante desses novos recursos, observou-se na pesquisa que 100% dos professores utilizaram como recurso para as aulas remotas o aplicativo de mensagem WhatsApp para enviar textos, áudios, vídeos, aliado a isso, fora entregue regularmente um conjunto de atividades impressas. Apenas 22,7 % dos professores da escola utilizaram o Google Meet; 13,6% fizeram uso do Zoom e 13,6 % o Google sala de aula.

Para que entendêssemos os motivos para o baixo uso de aplicativos que facilitariam as aulas, questionamos sobre as maiores dificuldades para dar continuidade ao processo de ensino e aprendizagem no período de aulas remotas, chegamos a conclusão de que 95,2% dos alunos não têm acesso aos recursos tecnológicos (celular, tablet, computador interligado à internet para assistirem aulas); 71,4% dificuldade por parte dos pais dos alunos em manusear equipamentos; 57,1% falta de internet de qualidade para o professor dar aula; 38,1% dificuldade de manusear ferramentas tecnológicas e dificuldade de se adequar a essa nova realidade tecnológica.

Considerações finais

De acordo com os dados obtidos na pesquisa, fica evidente que os professores estão diante de um grande desafio, que é aliar o uso das mídias à educação, haja vista que a cultura digital vem tomando espaço cada vez mais na sociedade e de fato elas estão presentes no nosso dia a dia e dos estudantes, mas nota-se que ainda não há uma ampla utilização destas ferramentas que poderiam ser úteis no ambiente educacional, sobretudo em tempos de aulas remotas.

Observou-se na pesquisa que os professores não participam de cursos de formação continuada no que tange a questão das mídias e não demonstram iniciativas. Observa-se neste contexto que o professor deve assumir uma postura de buscar novos conhecimentos, se aperfeiçoar e se sentir desafiado frente às novas mudanças tecnológicas que vão surgindo no contexto social e que se mantenha integrado às comunidades virtuais, seja por interesse ou necessidade que sua prática exige, e que para isso precisa dispor de tempo, recursos e determinação, o que chega-se compreender que não é fácil dentro do contexto de vivência do profissional docente.

Percebeu-se a existência de uma grande dificuldade dos docentes em aplicar práticas utilizando metodologias e ferramentas digitais como forma de promover a interatividade entre estudantes e entre professor e estudantes. Essa dificuldade aumentou com o surgimento da pandemia pela COVID-19, evidenciando a necessidade de buscar informações, formações, aprendizados e conhecimentos quanto às mídias sociais e seus benefícios dentro do contexto escolar.

Verificou-se que os professores utilizam alguns recursos tecnológicos na sua prática educativa e que estas têm contribuído de certa forma no processo ensino e aprendizagem, no entanto há uma subutilização das mídias, deixando de utilizar o máximo de recursos que elas podem ofertar.

Uma das causas encontradas são de toda natureza como falta de estrutura física para uso dos laboratórios, internet de baixa qualidade, recursos que são parcos não atendendo a demanda de profissionais da escola, pouca formação em serviço que deveria ser realizada pela mantenedora quanto ao uso de aplicativos nas aulas remotas, falta de incentivo aos profissionais da educação para a realização de cursos em mídias, muitas vezes falta de tempo e dedicação para o aprimoramento de novos conhecimentos.

É importante destacar que a problemática então buscada neste trabalho com relação a o uso das mídias em tempo de pandemia na escola Estadual Everaldo foi respondida, pois a partir das entrevistas realizadas podemos vislumbrar que ela é utilizada, no entanto de maneira incipiente.

Deve-se salientar que os objetivos propostos para esta pesquisa também foram atingidos, uma vez que podemos constatar na pesquisa que apesar dos professores utilizarem as mídias nas suas aulas, estes não possuem uma formação adequada para aplicarem pedagogicamente de maneira eficiente, no entanto ficou evidenciado através dos resultados suas dificuldades no manuseio das mídias sociais e como implementá-las nas suas aulas.

Portanto, este estudo permitiu contribuir para o alargamento das discussões a respeito da temática em questão, bem como servir de subsídios para a escola, para os professores, bem como para comunidade em geral, no sentido de que utilização das diferentes mídias hoje se torna necessária, principalmente no contexto de uma sociedade dinâmica como esta que estamos vivenciando. E como o professor é um elemento importante e necessário no processo educacional não pode ficar alheio a essa educação continuada.

 

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