Dificultades de los alumnos en la elaboración de la monografía en las facultades privadas en Teresina-PI

Dificuldades dos alunos na elaboração da monografia nas faculdades privadas em Teresina-PI

Ñepysãnga monografía apópe ojuhúva temimbo’ekuéra oñemoarandúva umi facultad privada-pe Teresina-Pi-pe

Difficulties of the students in the elaboration of the monograph in the private school in Teresina-PI



Ivone Antonia da Silva

Universidad Tecnológica Intercontinental



Nota de la autora

Facultad de posgrado

[email protected]


Resumen

Este artículo es un recorte teórico de la investigación en curso de doctorado en Ciencias de la Educación. El objetivo general es determinar cuáles son las dificultades de los alumnos en la elaboración de la monografía en las facultades privadas de Teresina Piauí Brasil. Los participantes del estudio son 104 estudiantes de grados en Educación, Historia, Educación Física y Lengua Portuguesa y 16 maestros de la disciplina de la Metodología de la Investigación Científica. Se trata de una investigación cuantitativa, con un diseño no experimental descriptivo y con la aplicación de cuestionario cerrado. En cuanto a los resultados preliminares, fue posible apuntar a las dificultades como la escasez del tiempo para conciliar actividades referentes a la elaboración de la monografía con la vida profesional; la falta de comprensión, entendimiento y aplicación de las normas técnicas de la ABNT en la monografía; la orientación de la monografía; la redacción de textos científicos; el acceso a los materiales bibliográficos y digitales; los criterios utilizados para buscar en Internet. Esta realidad, sucinta la necesidad de una reflexión sobre este tema en las facultades y una mayor atención para el alumno en el final de graduación acerca del trabajo de conclusión de curso. El artículo describe el camino trazado teóricamente en la tesis de doctorado y señala algunos resultados que han dado forma a todo proceso de investigación

Palabras clave: Escasez del tiempo, Normas técnicas de la ABNT, Redacción de textos científicos, Orientación de trabajo monográfico, Material bibliográfico y digital.

Resumo

Este artigo de recorte teórico da pesquisa em andamento de doutoramento em Ciências da Educação, O objetivo geral é determinar quais são as dificuldades dos alunos na elaboração da monografia nas faculdades privadas de Teresina Piauí Brasil. Os participantes do estudo são 104 alunos de licenciaturas em Pedagogia, História, Educação Física e Letras Português e 16 professores da disciplina Metodologia da Pesquisa Científica. Trata-se de uma investigação quantitativa, com um desenho não experimental, descritiva e com a aplicação de questionário fechado. Nos resultados até o momento foi possível apontar as dificuldades como: a escassez do tempo para conciliar atividades referentes à elaboração da monografia com a vida profissional; a compreensão, entendimento e aplicação das normas técnicas da ABNT na monografia; a orientação da monografia; a redação de textos científicos; o acesso aos materiais bibliográficos e digitais; os critérios utilizados para pesquisar na internet. A clareza sobre essa realidade, sucinta uma reflexão para o tema nas faculdades e maior atenção para o aluno em final de graduação acerca do trabalho de conclusão de curso. O artigo descreve o caminho trilhado teoricamente na tese de doutorado e aponta alguns resultados que tem dado forma a todo processo de pesquisa.

Palavras Chave: Escassez do tempo, Normas técnicas da ABNT, Redação de textos científicos, Orientação de trabalho monográfico, Material bibliográfico e digital.

Ñemombykypre

Ko haipy hína doctorado Ciencia de la Educación pegua oñembosako’ivahína pehẽ. Hese reheae ojehechauka mba’e mba’e ñepysãngápa ojuhu monografía apópe temimbo’ekuéra oñemorandúva umi facultad privada-pe Teresina Piauí, Brasil-pe. Oñemba’apo 104 temimbo’e oñemoaranduvahína facultad-ha rupi Educación, Historia, Educación Física ha Portugués ñe’ẽ, ha 16 mbo’ehára ombo’éva Metodología de la Investigación Científica. Ko jeporeka cuantitativa ha oñemohenda no experimental ha descriptivo ramo, oñembosako’i ha ojajapo mba’eporandu oñemoaambuekuaa’ỹva tapicha oñemba’apoha ndive. Umi ojejuhuvahína apytépe oñembohysyivakuaa ko’ãva: ojehechakuaa umi ñepysãnga ojehekáva, umíva hína ára sa’i oguerekóva temimbo’ekuéra ombosako’i haua monografía hembiapoheta rehe; avei noikũmbyi ha nahesakãi rehe ichupekuéra umi oporeko ABNT ojeporúva monografía-pe; ojehechakuaa avei oĩha apañuãi ojeykekóvo ichupekuéra hembiapópe, hasy rehe ichupekuéra haipy científico jepyaha, sa’i moñe’ẽmbyryrã arandukápe ha yvytu pepo rehe, mba’éichapa omarandurekava’erã Internet-pe hamba’e. Ko’ã mba’e ojejuhúva ohechauka tekotevẽha ojejepy’amongeta facultad háre ko’ã ñepysãnga rehe, ha tekotevẽha ojeykekove temimbo’ekuérape ombosako’i haua hembiapokuéra ombotývo imbo’esyry. Ko tembiapo rupive oñemombe’u umi marandu ojeguerojeráva ko tesis doctorado rehegua apópe, ha oñemysãi ojejuhuva’ekue omboheteva’ekue opaichagua investigación.

Mba’e mba’e rehepa oñeñe’ẽ: Sa’i aravo jeguereko, ABNT mbojojahakuéra, Texto científico jepyaha, Monografía apo ñeisãmbyhy, Moñe’ẽmbyryrã arandukápe ha yvytu pepo rehe.

Abstract

This article is a theoretical extract from a research in progress of a doctorate in Educational Sciences. It aims to determine the difficulties faced by the students in the elaboration of their monographs in the private colleges of Teresina Piauí- Brazil. The study participants are 104 undergraduate students in Pedagogy, History, Physical Education and Portuguese Literature and 16 teachers of the Methodology of Scientific Research. It is a quantitative investigation, non-experimental and descriptive with the application of a closed questionnaire. With the results to date it has been possible to point out such difficulties as: the shortage of time to reconcile activities related to the preparation of the monograph with the students’ professional lives; the understanding and application of the ABNT technical standards in the monograph; the direction the monograph should take; the drafting of scientific texts; access to bibliographic and digital materials; the criteria used to search the internet. The clarity about this reality succinctly reflects on the subject in the colleges and increased attention to the student at the end of graduation about the work of course completion. The article describes the path theoretically traced in the doctoral thesis and points out some results that have shaped the entire research process

Keywords: Time scarcity; technical standards of ABNT; the drafting of scientific texts; direction of the monograph; bibliographic and digital material



Dificuldades dos alunos na elaboração da monografia nas faculdades privadas em Teresina-PI

É indiscutível a importância da pesquisa para o avanço do conhecimento na área educacional, e o avanço deveria ocorrer na elaboração da monografia final apresentada no Trabalho de Conclusão de Curso-TCC.

Barbosa (2007) afirma que: Na Conjuntura e organização do ensino superior brasileiro, a maioria dos alunos de graduação só tem a possibilidade ou ainda a obrigatoriedade de realizar a pesquisa na graduação por meio de monografias nos trabalhos de conclusão de curso (p.74).

A temática tem suscitado discussões e críticas nas Universidades e Faculdades em todas as regiões do Brasil. Primeiro porque faltam professores especializados nas áreas de pesquisa para ministrar a disciplina Metodologia da Pesquisa Científica, segundo porque na organização do ensino brasileiro no nível médio, etapa que antecede o ensino superior, não é contemplada com uma disciplina específica na área de pesquisa que coloque os alunos em situação de pesquisa desde esse nível, o aluno só entra em contato com a pesquisa no nível superior com a elaboração da monografia, trazendo prejuízos para sua formação acadêmica.

Segundo Balbachevsky (1999)

[...] ainda que viável, a formação oferecida por estabelecimentos especializados no ensino, mesmo quando bem sucedida, vem sendo submetida às criticas importantes nos anos recentes. Boa parte dessas críticas centra-se no fato de que o ensino, dissociado da atividade de pesquisa, deixa uma lacuna na formação do aluno numa das dimensões mais fundamentais para o seu sucesso futuro: qual seja a sua preparação para solucionar criativamente problemas, isto é, sua capacidade de reunir, selecionar e analisar dados relevantes para a solução de uma situação não usual [...] (p. 36).

A justificativa para um estudo desta natureza reside no fato de ministrar a Disciplina Metodologia da Pesquisa Científica em Faculdades privadas em Teresina-PIe com essa premissabuscou-se trazer para o âmbito deste estudo uma temática que preocupa etem pouca exploração de pesquisa no estado do Piauí.

Para a investigação nesse estudo apontou-se como problema central: Quais são as dificuldades dos alunos na elaboração da monografia nas faculdades privadas de Teresina-PI?As perguntas específicas estão relacionadas ao problema central, foram elaboradas em número de5 (cinco) questões: a) Quais são as dificuldades encontradas pelos alunos na conciliação da vida acadêmica com a vida pessoal e profissional relativas à escassez do tempo para elaboração da monografia? b) Quais são as dificuldades apontadas pelos alunos na compreensão e aplicação das normas técnicas da ABNT na elaboração da monografia?; c)Quais são as dificuldades apontadas pelos professores no que diz respeito à redação de textos científicos pelos alunos? d) quais são as dificuldades dos professores para orientação dos trabalhos monográficos?;e)Quais são as dificuldades dos alunos para operacionalização da pesquisados conteúdos bibliográficos e digitais para elaboração da monografia?

A pesquisa apresenta como antecedentes da investigação, a bibliografia encontrada nas plataformas da web: Scielo e Redalyc através dos artigos: Guia para elaboração de monografias e projetos de dissertação de mestrado e doutorado; A formação do pesquisador na graduação: análise das principais obras de metodologia do trabalho Científico; Universidade e trabalho: perspectivas; Normas e padrões para teses, dissertações e monografias; A relação orientadora x orientando na elaboração de trabalhos técnicos científicos; A monografia na universidade; Mestrando à deriva: cadê o orientador?; Correção gramatical e clareza afetam a qualidade do texto científico?

Considerações iniciais sobre Monografia e Trabalho de Conclusão de Curso

O aluno ao concluir o curso de graduação, é exigido dele que apresente um trabalho final, comumente chamado de TCC- Trabalho de Conclusão de Curso, este trabalho final se apresenta como um trabalho monográfico.

Inácio Filho (1998) caracteriza a monografia como:

Uma síntese de leituras, observações, reflexões e críticas, desenvolvidas de forma metódica e sistemática por um pesquisador que relata a um ou mais destinatários determinados escrito que seja o resultado de suas investigações, as quais, por sua vez têm origem em suas inquietações acadêmicas (1998. p. 79).

Para a produção de uma monografia são necessárias algumas regras e etapas, como a construção de um pré-projeto, um projeto, a delimitação de um tema específico de uma área, a escolha de um problema, objetivo geral e objetivos específicos, objetos de estudo e metodologia, as pesquisas podem ser qualitativas, quantitativas ou mistas.

As monografias integram no Brasil do chamado TCC, sigla para Trabalho de Conclusão de Curso, um trabalho acadêmico de caráter obrigatório e instrumento de avaliação final do aluno no curso superior. O TCC é elaborado principalmente na forma de uma monografia, visando à iniciação e envolvimento do aluno de graduação no campo da pesquisa científica. Muller (2001) define o TCC como:

O Trabalho desenvolvido na graduação sobre um tema relacionado de formação, cuja finalidade é a conclusão deste curso. Requer orientação técnica, metodológica e de conteúdo, que objetiva “calibrar” a qualidade e aproveitamento do ensino oferecido. Pode ser considerado um trabalho de iniciação científica, uma vez que seu desenvolvimento é calcado em processos e métodos próprios da ciência (2001, p. 8).

É comumo Trabalho de Conclusão de Curso ser utilizado comopré-requisito da avaliação final, em Universidades e Faculdades, além do trabalho escrito, também faz parte do trabalho final, a defesa oral do TCC composto de uma Banca Examinadora. O TCC além de permitir ao estudante que explore e busque por um assunto de seu interesse e que ao final tenha se aprofundado no tema escolhido, além de despertar o estudante para o mundo da pesquisa, visto que há um padrão de exigências a serem seguidas.

Sobre a elaboração do TCC, Mertten (2007) afirma que:

[...] realização de um TCC- tem sido vista por inúmeros alunos como algo impeditivo para a conclusão do seu curso de graduação. Poucos, ou quase nenhum, percebem a relevância de um trabalho científico, bem como o crescimento individual e coletivo durante e após a sua realização. Muitos se sentem obrigados e só o realizam por ser pré-requisito para a obtenção do título almejado (2007, p. 40).

Esta afirmação de Mettern (2007) revela a importância deste tema e de buscar respostas sobre determinar quais as dificuldades dos alunos para elaboração da monografia no Trabalho de Conclusão de Curso, tendo em vista que nas atuais circunstâncias, a monografia que deveria coroar o trabalho de conclusão do curso.

Escassez do Tempo

Com a expansão do ensino superior no Brasil nos últimos 12 anos,segundo levantamento do Ministério da Educação entre 1995 e 2002, o país teve um total de 2,4 milhões de concluintes do Ensino Superior. Com a expansão da Rede pública e privada de Universidades e Faculdades o Brasil chegou à marca de quase 10,2 milhões de estudantes no ensino superior entre 2003 e 2016 (MEC. 2016).

Os números demonstram que esse aumento no número de matrículas proporcionou também oportunidade ao trabalhador cursar a universidade. Segundo Arroyo (1990), a compreensão dos cursos noturnos deve estar baseada na necessidade de “... repensar a universidade frente às novas exigências da sociedade e frente à nova função social do Estado...” (p. 92), colocando o trabalhador, que é um estudante, como o centro de seus projetos e de sua missão institucional.

Com significados distintos, a conciliação entre o trabalho e estudo visando um futuro melhor, perpassam a vida de muitas pessoas gerando dificuldades e desafios. As alegações sobre a escassez do tempo dos estudantes-trabalhadores quando estão no último ano de um curso e precisam fazer o TCC e ao mesmo tempo o estágio supervisionado.

Tanto o estudo quanto o trabalho representam para esses estudantes a possibilidade de terem uma vida de qualidade e melhor.

Com esta afirmação conforme Oliveira (2004):

[...] o nível de escolaridade (isto é, a quantidade de anos de estudo que um trabalhador contabiliza na sua vida) influencia diretamente sua remuneração e as suas oportunidades de emprego. Ou, para resumir de uma vez por todas: quem estuda mais tem maiores chances de conseguir um emprego, manter-se trabalhando e ganhar mais (2004, p. 125).

Os trabalhos de conclusão de cursos ficam relegados ao segundo plano, tendo em vista a jornada de trabalho exaustiva de 8 a 12 horas por dia e quando o estudante é do sexo feminino, a escassez do tempo para fazer o trabalho monográfico, encontra mais empecilhos, porque além do trabalho formal, elas ainda têm outra jornada em casa com filhos para cuidar e os afazeres domésticos.

Segundo Rabello (1973), existe basicamente três situações: o jovem que apenas estuda o que estuda e trabalha e o jovem que estuda e precisa trabalhar como imperativo de sobrevivência. Essas situações "apresentam faces psicológicas e comportamentais diversificadas, carreando para o campus universitário problemas também diversificados, urgentes e de relevância indiscutível" (p. 11).

Normas Técnicas da ABNT

A ABNT é uma sigla que no Brasil provoca inquietação em estudantes da graduação, porque lembra imediatamente TCC, uma inquietação própria de final de curso, isto também se deve ao imaginário universitário de que o trabalho de conclusão de curso é um “bicho de sete cabeças” indecifrável, o gera nervosismo, estresse e ate desistência do curso.

A ABNT é o Foro Nacional de Normalização por reconhecimento da sociedade brasileira desde a sua fundação, em 28 de setembro de 1940, e confirmado pelo Governo Federal por meio de diversos instrumentos legais. A Associação Brasileira de Normas Técnica sé responsável pela normatização técnica no Brasil, e tem a função de fornecer a base normativa ao desenvolvimento tecnológico do Brasil.

Para compreensão das normas da ABNT para os trabalhos monográficos, é necessário colocar para os alunos a importância dessas normas e também utilizar uma metodologia de estudo que possa auxiliar o aluno na compreensão e aplicação dessas normas, uma outra questão está associada a manutenção da atualização constante do manual ou guias de elaboração de trabalhos científicos das Universidades e Faculdades no que diz respeito às chamadas Nbr’s (Normas Brasileiras) que são expedidas periodicamente, conforme seus Comitês Técnicos.

Redação de textos científicos

A Escrita científica ainda se constitui em uma das dificuldades para estudantes da graduação, a dificuldade está na redação dos textos científicos, o fato de que criação de um texto não é uma tarefa fácil, e sim uma tarefa que requer certos cuidados do redator. A linguagem utilizada para comunicar os resultados de seus esforços como estudantes, vai requerer empenho para superar as deficiências da formação escolar.

O conhecimento científico é um produto que vem da investigação científica. Surge a partir da necessidade de encontrar soluções para problemas de ordem prática da vida diária, portanto, ele é produto da necessidade de alcançar um conhecimento seguro.

Conforme afirma Köche (1997, p. 29):

A produção do texto científico requer escrita sobre temas que possam ser tratados cientificamente, com base em experimentação, no raciocínio lógico, na análise da aplicação de um método ou técnica, entre outras ações. Esse tipo de produção objetiva expor informações comprovadas ou passíveis de comprovação, bem como divulgar idéias próprias ou de outros, partilhando um saber, usando uma linguagem eficiente.

Esse tipo de texto é baseado em questões científicas, ou seja, o que é escrito no texto científico deve ter referências científicas comprovando sua veracidade. Em ciência não se pode pesquisar com “achismos”, pois tudo deve ser embasado em obras científicas que tratam do assunto relacionado. Para isso, é necessário ter bons conhecimentos da língua no seu padrão culto (gramática, vocabulário), bem como do assunto a ser tratado e das normas de redação e publicação a serem seguidas.

A tarefa de produzir textos constitui uma das mais importantes do pesquisador. O texto científico vem completar um ciclo que se inicia com o planejamento de uma pesquisa e sua realização. A fase de descrever a pesquisa em todas as suas etapas é parte do fazer científico. A produção do texto que relata uma pesquisa feita é a comunicação dos resultados e da avaliação do processo investigativo (Barros & Lehfeld, 2000).

A ciência exige um texto objetivo, correto, simples, no padrão culto da língua para que não ocorram ambigüidades ou interpretações errôneas. Ao contrário do que pensam alguns, a linguagem científica deve ser formal, simples, informativa e técnica, redigida (se possível) em frases curtas, “de ordem racional, baseada em dados concretos, a partir dos quais analisa, sintetiza, argumenta e conclui, distinguindo-se do estilo literário, mais subjetivo” (Pádua, 1996, p.82).

Segundo Filgueiras (2010)O texto científico contemporâneo é, idealisticamente falando, enxuto, escrito em linguagem correta, só tem carne e osso, não tem gordura nem pelancas e proclama adesão total à norma culta da língua em que será escrito” (525-527).

Os alunos estão diante das dificuldades para cumprir as exigências de elaboração de uma monografia, através do TCC, provavelmente, em decorrência de uma formação deficiente na educação básica, especialmente no ensino médio. Por vezes, percebe-se que alunos cursando o último ano dos cursos de graduação, desconhecem as mais elementares normas envolvidas na elaboração de textos científicos.

Orientação de trabalhos monográficos

A iniciação científica apresenta-se como instrumento de apoio teórico e metodológico à realização de um projeto de pesquisa e constitui um aspecto adequado de auxílio para a formação de uma nova mentalidade no aluno, do que simples repetidores, passam a ser criadores de novas atitudes e comportamento, através da construção do próprio conhecimento.

O responsável direto pela formação desta nova mentalidade é a figura do orientador, porém não se pode deixar de mencionar que as responsabilidades da efetivação do trabalho também devem ser delegadas igualmente ao orientando, desta forma este deve ser um trabalho conjunto.

Assim como afirma Severino (2007):

O orientando não pode provocar no orientador uma atitude paternalista, com sua insegurança. Impõe-se-lhe a necessária maturidade e segurança para que seja suficientemente autônomo no exercício de sua criatividade, não arrastando seu orientador num processo de deterioração, de autoritarismo intelectual, do poder de aplicação do saber (pp. 234-235).

Severino (2007) ainda define o processo de orientação que consiste em:

Basicamente numa leitura e numa discussão conjunta, num embate de idéias, de apresentação de sugestões e de críticas, de respostas e argumentações, em que não será questão de impor nada, mas, eventualmente, de convencer, de esclarecer, de prevenir. Tanto a respeito do conteúdo como a respeito da forma (2007, p. 236).

A importância da orientação no processo de elaboração da pesquisa e de desenvolvimento da autonomia do aluno, deve-se também ao desempenho do papel do orientador no TCC, isto será relevante e fundamental para o andamento do trabalho final. Compete ao orientador sugerir, propor, orientar e avaliar o trabalho para que atenda aos critérios da pesquisa científica e zele pela correção da língua portuguesa, desde a elaboração do projeto até a apresentação e a defesa do trabalho de conclusão de curso na área específica ou afim.

Na relação dos orientadores e orientandos, existem algumas dificuldades com relação à comunicação, fragilizando esse relacionamento, o que influencia de maneira negativa ou positiva na elaboração e na qualidade dos trabalhos monográficos. Observam-se que alguns pontos dessa fragilização situa-sena comunicação, apresentam-se como exemplo, o entendimento do conteúdo dos manuais ou guias de elaboração dos trabalhos acadêmicos, elaborados por equipes na própria faculdade.

Martins (1997, p. 58), afirma que: “[...] cada orientador acaba desempenhando suas funções à sua maneira, como lhe convém, guiando-se por experiências passadas, ou por justificativas carregadas de juízos de valor [...]”, demonstrando um despreparo nos trabalhos de orientação.

Os pontos de fragilidade nessa interação entre os sujeitos envolvidos têm obstáculos e dificuldades como na escrita científica por parte dos orientandos e a falta de entendimento de como se desenvolve a pesquisa nas suas etapas, dentro do processo de elaboração das monografias.

Outra dificuldade se refere aos encontros com o orientador, seja porque este falta aos encontros marcados, seja porque tem outras turmas para orientar ou outras atividades que não resta tempo suficiente para o orientando.

Segundo Roesch (1996, p. 33):

A orientação é muito mais efetiva quando há cooperação entre as partes, em vez de só cobrança por parte do orientador. Por outro lado, a falta de conhecimento ou desinteresse do aluno pelo tema, pouco tempo dedicado ao projeto e, em consequência, um projeto mal elaborado, bem como a pressa em terminar o trabalho apenas para cumprir um requisito, são fatores negativos em que levam à elaboração de um trabalho malfeito e ao desinteresse do orientador.

A essência da orientação está em guiar o aluno no que está certo ou errado, mas não como uma verdade absoluta, mas no que diz respeito à discussão e a reflexão através das leituras e da formulação das questões problemas que acarretam na obtenção de um rumo para a pesquisa.

Percebe-se também que uma das dificuldades do processo de orientação é que tanto professor-orientador como aluno orientado, precisam ter conhecimento de ferramentas tecnológicas, no caso o computador, o que nem sempre ocorre ou o aluno não possui conhecimento ou não possui computador ou o próprio professor não sabe lidar com essa ferramenta, e sem ela hoje em dia as pesquisas tendem aficar comprometidas, porque nem todas as Universidades e Faculdades possuem bibliotecas especializadas em áreas do conhecimento, que dê suporte de pesquisa para os alunos.

Pesquisa bibliográfica e digital

O primeiro passo depois da escolha do tema e do problema a ser investigado, é a seleção da bibliografia, a monografia só começa a se materializar quando se deixa de lado um pouco a meditação e o devaneio sobre o tema que vai se escolher para o trabalho monográfico indo às fontes para delinear melhor o estudo. Esse levantamento será fundamental, para que o trabalho monográfico tome corpo, na prática, se existe material suficiente para dar suporte ao estudo ou não, bem como para mapear como o tema vem sendo estudado por outros pesquisadores, dando uma idéia exata do estado da questão do objeto de estudo.

Na internet, mais do que em qualquer outro suporte tecnológico, a pesquisa tem de ser devidamente concebida e planejada. Para se encontrar um assunto que realmente se pretende pesquisar, depende da capacidade de definir claramente o assunto que se procura.

Conceber e planejar uma pesquisa obriga a uma serie de observações: qual tipo de informação é pretendido, onde buscar, que palavras-chave podem conduzir a essa informação, quais plataformas devem ser utilizadas, que tipo de pesquisa quantitativa, qualitativa ou mista.

A pesquisa em fontes de informação bibliográficas ou eletrônicas são enfatizadas como uma das atividades, visando à geração do conhecimento, cujos resultados são comunicados em forma de trabalhos acadêmicos, dissertações e teses, relatórios, artigos de periódicos, resenhas ou livros (Andrade, 1998).

Outra questão é que com o advento da internet, surgi uno mundo acadêmico o Ctrl C Ctrl V, ou seja, copiar e colar, uma prática que vem sendo combatida no Brasil através da Leide direito Autoral nº 9610 de 19 de fevereiro de 1998, chamada comumente de Lei do plágio. E ainda é previsto no artigo 184 do Código Penal brasileiro e no Código Civil artigo nº 1.228.

Essa prática deve ser combatida também nas Universidades e Faculdades, os alunos devem ser orientados a elaborar seus textos sem a necessidade de recorrer a essa prática. Os alunos devem seguir as normas da ABNT, que afirmam que mesmo nos pequenos trechos que não são da autoria do aluno que fez trabalho, o autor deve ser identificado, segundo as especificações normativas estipuladas. O ato do plágio, como consiste numa cópia da propriedade intelectual de outra pessoa, prejudica o desenvolvimento do pensamento crítico de um aluno, e por conseqüência seu aprendizado.

Considerações finais

O recorte teórico da pesquisa até o momento apontam como as principais dificuldades apresentadas pelos alunos se professores segundo levantamento bibliográfico efetuado em bases de dados da rede Scielo e Redaly, no que concernem as dificuldades processo de elaboração da monografia. De acordo com as informações levantadas na pesquisa bibliográfica, uma das dificuldades está relacionada à escassez do tempo, por se tratar de alunos trabalhadores, portanto com dificuldades para conciliar o trabalho de conclusão de curso, estágio supervisionado com as tarefas inerentes aos trabalhadores.

Quanto às dificuldades com normas técnicas da ABNT, estão situadas nos âmbitos da compreensão, entendimento e aplicação das normas técnicas nas monografias assim como na interpretação destas normas pelo aluno e o padrão que deve ser seguido pelos alunos e pelos professores, para que o trabalho seja reconhecido em qualquer lugar no território nacional.

Nas questões relacionadas à escrita científica, os estudos até o momento, apontam que se constitui em dificuldades a redação dos textos científicos, sendo assim uma tarefa que requer certos cuidados do redator. A falta de bases teóricas e gramaticais na educação básica também dificulta à escrita, a interpretação dos textos lidos.

Na Orientação de trabalhos monográficos, as dificuldades encontradas estão relacionadas à relação dos orientadores e orientandos, existem alguns entraves de comunicação, fragilizando esse relacionamento, o que influencia de maneira negativa ou positiva na elaboração e na qualidade dos trabalhos monográficos.

Outras dificuldades apontadas por professores estão relacionadas ao pouco contato que os alunos têm com a pesquisa no nível que antecede a Faculdade, dificultando de sobremaneira o modo de desenvolver as etapas das pesquisas. Observa-se que outros pontos também são fragilizados na orientação,os manuais ou guias de elaboração dos trabalhos acadêmicos não muito claros, e se preocupam apenas com a formatação dos textos, sem especificar as funções, atividades, deveres, etapas e condutas de orientadores e orientandos.

As pesquisas dependem diretamente de aportes teóricos e neste quesito a operacionalização das pesquisas bibliográficas e digitais, também apresentam dificuldades, uma vez que a profusão de materiais na internet, nem sempre é confiável, a recomendação é que recorram aos sites de universidades, plataformas conhecidas ou ligadas a elas.

As conclusões encontradas até o momento, através dos estudos e leituras da literatura consultada, apontam no seu conjunto que as dificuldades aqui reportadas, precisam ser mais aprofundadas, uma vez que a iniciação científica e a mudança de mentalidade no ambiente universitário deve necessariamente passar pela disciplina destinada para tal fim, no caso Metodologia da Pesquisa Científica e depende também da orientação bem planeja dados professores, sem o excesso de alunos e turmas para orientar, para não comprometer a qualidade da orientação e dos trabalhos monográficos.

Este estudo esta sendo pertinente na medida em que se constitui em valiosa contribuição para a consecução dos aportes teóricos para o andamento tese de doutorado, um trabalho como este servirá também para que alunos e professores possam refletir sobre o processo de elaboração da monografia final, tendo em vista que as dificuldades encontradas por este estudo poderão ser de utilidade para os professores que ministram a disciplina Metodologia da Pesquisa Científica.

Dentre os antecedentes desta pesquisa foram encontrados artigos que apresentaram dificuldades semelhantes com este estudo, o que poderá apresentar algumas diferenças dos artigos selecionados para o estudo, é que a pesquisa que deu origem a este artigo encontra-se no estágio de coleta de dados com alunos e professores das faculdades privadas de Teresina-PI,e que possivelmente poderão ser encontradas outras dificuldades quanto à elaboração da monografia final, não relatados anteriormente em estudos semelhantes.















Referências

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) (2011). Curso de Padronização de Livros e Periódicos. São Paulo, Brasil: Ed: ABNT.

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) (2011). Normas Brasileiras Publicadas de 01/01/2011 à 31/01/2011. Disponível em: http://www.abnt.org.br/catalogo

Andrade, M. M. (1998). Introdução ao trabalho científico. São Paulo, Brasil: Atlas.

Arroyo, M. G. (1990). A Universidade, o Trabalhador e o Curso Noturno. Em: Estudos e Debates. Revista do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras-CRUB, São Paulo, v. 17, pp. 91-94.

Balbachevsky E, (1999). A profissão acadêmica no Brasil: as múltiplas facetas de nosso sistema de ensino superior. São Paulo, Brasil: Editora FUNADESP.

Barbosa, S. M. (2017). A formação do pesquisador na graduação: análise das principais obras de metodologia do trabalho científico. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Campinas, São Paulo, Brasil.

Barros, A. J. S. e Lehfeld, N. A. S. (2000). Fundamentos de Metodologia: Um Guia para a Iniciação Científica. São Paulo, Brasil: Makron Books.

Brasil. Lei 9.610/1998, (2013). Diário Oficial da União Brasília, DF, 20 fev. Brasília.

Brasil, Ministério da Educação-MEC (2016). Expansão do ensino superior do Brasil 2002-2016, Câmara de Ensino Superior, Brasília-DF.

Filgueiras, T. S. (2010). Correção gramatical e clareza afetam a qualidade do texto científico? Revista Brasil. Bot., v. 33, n. 3, p. 525-527, jul.-set. São Paulo.

Inácio Filho, Geraldo. (1998). A monografia na universidade, 2º ed (coleção magistério: formação e trabalho pedagógico). São Paulo, Brasil: Campinas.

Köche, J. C, (1997). Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática dapesquisa. 13. Ed. São Paulo, Brasil: Vozes.

Martins, G. de A. (1997). A relação orientadora x orientando na elaboração detrabalhos técnicos científicos. In: Seminários em Administração. São Paulo, Brasil: Anais.

Mertten, Kahlmeyer, (2007). Como Elaborar Projetos de Pesquisa: Linguagem e métodos. Rio de Janeiro, Brasil: Ed. FGV.

Muller Stilo, M. (2001). Normas e padrões para teses, dissertações e monografias, 4 ed. atualizada. Londrina-PR, Brasil: Ed: UEL.

Oliveira García, M. A. (2004). O novo mercado de trabalho. Guia para iniciantes e sobreviventes. Rio de Janeiro, Brasil: Editora SENAC.

Pádua Marchesini, E. M. (1996). Metodologia de Pesquisa: abordagem teórica-prática. Campinas, Brasil: Papirus.

Rabello, O. (1973). Universidade e trabalho: perspectivas. São Paulo, Brasil: Universidade Estadual de Campinas, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais.

Roesch Azevedo, S. M. (1996). Projetos de estágios e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. São Paulo, Brasil: Atlas.

Severino, A. J. (2007): Metodologia do Trabalho Científico. 23 ed. São Paulo, Brasil: Cortez.