Sistema de Educación Superior en el Mercosur: Argentina, Brasil, Paraguay y Uruguay

Sistema de Educação Superior no MERCOSUL: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai

Educación Superior Mercosur-pe: Argentina, Brasil, Paraguái ha Uruguái

System of Higher Education in The Mercosur: Argentina, Brazil, Paraguay And Uruguay



Alcliane de Sousa Góes, Jauires Lima Maciel, Poliana Paixão Santos Silva y Priscila Costa do Nascimento Coelho

Universidade Tecnológica Intercontinental



Nota de las autoras

Facultad de Posgrado

[email protected]



Resumen

El objetivo de este trabajo es describir el sistema educativo con énfasis en la educación superior en los cuatro países miembros del MERCOSUR, sus particularidades educativas, referenciando brevemente su contexto histórico, legal y estructural, para contribuir con informaciones actualizadas, complementadas y precisas, orientadas por la visión y misión del sector educativo que coordinan políticas educativas para la búsqueda de la integración y el desarrollo de la educación en los países miembros. El estudio fue orientado por la siguiente pregunta: ¿Cómo está organizado el sistema de educación superior de los cuatro países del MERCOSUR? Pero para la comprensión de toda estructura educativa se hará un abordaje general que involucra la enseñanza infantil, media y el superior en cuestión. En los estudios científicos de Varela (2007), Neves y Morosini (1998), Andrés (2010), LDB 9394/96, Vargas y Perdigão (2015). Se acudió a la información recabada por Castro, sobre la base de la investigación bibliográfica que hizo en los sitios web de los Ministerios de Educación y de Relaciones Exteriores, (2007). También se acudió a Rivarola (2008) y Vasques (2016) donde se constató que cada sistema de educación superior, en lo referente a la estructura, función básica de formación de profesionales y producción de conocimiento, posee sus peculiaridades, según apuntan datos ya investigados cuantitativamente por los Ministerios de Educación de cada país, como las tasas de ingreso, tasas de concluyentes, número de estudiantes de nivel superior, instituciones universitarias, naturaleza y dependencia administrativa. Se concluyó que los sistemas de educación superior están en proceso de integración y transformación regional, en una relación de respeto a la cultura, ciudadanía, el medio ambiente y la cultura de paz, para favorecer la inclusión y el desarrollo humano por la educación. Sin embargo, se hace necesario que los acuerdos continúen siendo firmados para que en el futuro los objetivos propuestos por las políticas de la educación superior de los países miembros sean respetados y alcanzados.

Palabras clave: Sistema Educativo, Educación Superior, MERCOSUR.

Resumo

Toma-se como objetivo neste trabalho demonstrar o sistema educacional com ênfase na educação superior nos quatro países membros do MERCOSUL, suas particularidades educacionais, referenciando brevemente o contexto histórico, legal e estrutural, para contribuir com informações atualizadas, complementadas e precisas, norteadas pela visão e missão do setor educacional que coordenam políticas educacionais para a busca da integração e do desenvolvimento da educação nos países membros. Direcionado pela seguinte questão problema: Como está organizado o sistema de educação superior dos quatro países do MERCOSUL? Mas para a compreensão de toda estrutura educacional se fará uma abordagem geral que envolve o ensino infantil, médio e o superior em questão. Baseado em pesquisa bibliográfica nos sites dos Ministérios da educação e das Relações Exteriores, e nos estudos científicos de Varela (2007), Neves e Morosini (1998), Andres (2010), LDB 9394/96, Vargas e Perdigão (2015), Castro (2007), Rivarola (2008) e Vasques (2016), constatou-se que cada sistema de educação superior, no tocante a estrutura, função básica de formação de profissionais e produção de conhecimento possuem suas peculiaridades, conforme apontam dados já pesquisados quantitativamente pelos Ministérios da Educação de cada país, sendo as taxas de ingresso, taxas de concluintes, número de estudantes de nível superior, instituições universitárias, natureza e dependência administrativa. Concluiu-se que os sistemas de educação superior estão em processo de integração e transformação regional, numa relação de respeito à cultura, cidadania, meio ambiente e cultura de paz, para favorecer a inclusão e o desenvolvimento humano pela educação, porém se faz necessário que acordos continuem sendo firmados para que no futuro os objetivos propostos pelas políticas de educação superior dos países membros sejam respeitados e alcançados.

Palavras chave: Sistema Educacional, Ensino Superior, MERCOSUL.

Mombykypyre

Ko jeporekapy rupive oñehakã’i’ose ñehekombo’e retepy, ko´ýte educación superior pegua, umi irundyve tetã MERCOSUR peguápe; ojekuaase mba’éichapa oñemboguata hikuái, oñehesa’ỹjo tekoasa oñemboguataha, leikuéra hesegua he mba’éichapa oñembohete, jahechápa noñembyatýi marandu ipyahu ha hetami, ohóva opa mba’e ohekáva tekombo’épe omba’apóva ombojoajupotávo política tekombo’e rehegua, jahechápa noñembohapéi joaju ha akãrapu’ã tekombo’e ñemboguatápe umi irundyve tetãme. Oñemboguata ko apañuãi kuápe: Mba’éichapa oñemboheko educación superior umi irundu tetã MERCOSR peguápe. Ojekuaara’ã haua tekombo’e tuichaháicha, oñehesa’ỹjóta tuichaháicha tekombo’e ñemboguata, taha’e mitãnguéra, mitãrusukuéra ha educación superior. Ojeporu aranduka ohaiva’ekue tapicha katupyry Varela (2007), Neves ha Morosini (1998), Andrés (2010), LDB 9394/96, Vargas ha Perdigão (2015), Castro umíva, avei ojejeporeka marandu umi Ministerios de Educación ha Relaciones Exteriores, (2007), Rivarola (2008) ha Vasques (2016) ñandutirendápe; umi rupi ojejuhu educación superior oikoeha ojuehegui umi tetãme hetepy, hembiaporã tapicha ñembokatupyry ha arandu jeguerojerápe, ohechaukaháicha marandu oguerekóva umi tetã Ministerio de Educación; ojoavy educación superior jehupyty, umi oike ha omohu’ãva imbo’eysry, temimbo’e hetakuévo nivel superior-pe, mbo’ehaovusukuéra, mba’éichapa oñemboguata hamba’e. Oñemoakãvotõ tembiapo oje’évo MERCOSUR-pe educación superior ojoajuha ohóvo mbeguekatúpe ha oñemoambuehahína; oñemboguata haua ojehechakuaa tekoita oikovéva ko’ã tetãme, tetãyguareko, tekoha resãi, ha py’aguapy jeheka, ojeykekojávo maymave ohupytývo koichagua tekombo’e ha okakuaávo yvypóra háicha. Katu tekotevẽ umi mba’e ouahẽ haguépe oñoñe’ẽme tetãnguéra toñembokuatia, ikatu hauáicha tenondevévo umi política educación rehegua ojehekáva ko’ã tetãme oñemomba’e ha ojehupyty.

Mba’e mba’e rehepa oñeñe’ẽ: Tekombo’e Sistema, Educación Superior, MERCOSUR.

Abstract

The objective of this work is to demonstrate the educational system with emphasis on higher education in the four member countries of MERCOSUR, its educational particularities, briefly referencing the historical, legal and structural context, to contribute updated information, complemented and accurate, oriented by the vision and mission of the educational sector that coordinates educational policies for the search of the integration and development of education in the member countries. Thus, it is addressed by the following problem question: How is the higher education system of the four MERCOSUR countries organized? From this, to the comprehension of all educational structure, a general approach will be made that involves the infantile, average and superior education. Based on bibliographic research on the websites of the Ministries of Education and Foreign Affairs, and in the scientific studies of Varela (2007), Neves and Morosini (1998), Andres (2010), LDB 9394/96, Vargas and Perdigão (2015), Castro (2007), Rivarola (2008) and Vasques (2016), it was verified that each system of higher education, regarding the structure, basic function of training professionals and production of knowledge, has its peculiarities, according to data already surveyed quantitatively by the Ministries of Education of each country, with admission rates, graduation rates, number of university students, university institutions, nature and administrative dependency. It was concluded that higher education systems are in the process of integration and regional transformation, in a relationship of respect for culture, citizenship, environment and culture of peace, to favor inclusion and human development through education. But it is necessary that the agreements continue to be signed so that in the future the objectives proposed by the higher education policies of the member countries are respected and achieved.

Keywords: Educational System, Higher education, MERCOSUR.

Sistema de Educação Superior no MERCOSUL: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai

Nos últimos anos os interesses de profissionais da educação aumentaram em relação a educação superior contemplada pelos países do MERCOSUL. Os países membros do bloco possuem características em comum devido à localização, colonização e história, sendo assim, se assemelham com seus problemas.

A literatura a respeito dos sistemas educacionais no MERCOSUL vem crescendo ao longo da evolução do bloco econômico, porem os dados em relação a educação ainda são escassos e desatualizados. Desta forma, impossibilita conhecer a real mobilidade educacional superior no MERCOSUL. Como base para esta pesquisa utilizou-se as autoras Morosini et al. (1998) entre outros, artigos publicados em meio digital e informações das instituições educacionais dos países membros. Sendo assim, o tipo de pesquisa utilizada foi a bibliográfica como meio para direcionar as respostas do problema desta pesquisa: Como está organizado o sistema de educação, mais especificamente o superior dos quatro países do MERCOSUL?

Neste sentido, para construção deste estudo adotou-se como objetivos: Como objetivo geral foi definido para este artigo, demonstrar o sistema de educação superior nos quatro países membros do MERCOSUL, suas particularidades educacionais, referenciando o contexto histórico, legal e estrutural.

Objetivos específicos:

Neste intuito, pode-seentender as características educacionais distintas de cada país membro, servindo como norteador para futuros estudos sobre essas realidades e assim proporcionar uma melhor visão sobre a educação superior do MERCOSUL.

Sistemas educacionais

Para que se possa compreender o contexto dos sistemas educacionais no Mercosul, faz se necessário conceituar sistema educacional. De acordo com Varela (2007):

Sistema educacional pode ser definido como um conjunto integrado de estruturas, meios e ações diversificadas que, por iniciativa e sob a responsabilidade de diferentes instituições e entidades públicas, particulares e cooperativas, concorrem para a realização do direito à educação num dado contexto histórico.

Desta forma, muitos são os agentes envolvidos nos sistemas e processos educacionais, agentes estes que devem ser considerados na elaboração dos planos e acordos realizados entre os países membros do Mercosul. De acordo com Morosini et al. (1998), por mais que os países pertencentes ao bloco sejam diferentes em relação aos sistemas educacionais, estes possuem duas funções básicas: a formação de recursos humanos e a produção de conhecimento.

Em relação a função de formação de recursos humanos, cada vez mais os países precisam de profissionais capacitados para que possam se desenvolver, além dos profissionais estarem indo em busca de qualificação. Com relação à produção de conhecimento, este item deve ser norteador, visto que quanto mais desenvolvido é um país, maior é o número de produções cientificas e investimentos nesta área.

A seguir serão abordados os Sistemas Educacionais do Mercosul, para que se possa contextualizar a realidade atual.

Segundo Morosini et al. (1998, p. 1):

As instituições de educação superior têm papel destacado, pois a eles não cabem só afirmação de recursos de alto nível e a produção de conhecimento, condições indispensáveis aos deslocamentos dos estados membros do patamar de países periféricos para o patamar de inserção ativa no mercado mundial, mas funções a serem construídas na forma da integração cidadã.

Sistemas educacionais no MERCOSUL

Atualmente o MERCOSUL é composto pelo Uruguai, Paraguai, Brasil e Argentina. A Bolívia está em processo de adesão. Como estados associados o bloco tem Chile, Peru, Colômbia, Equador, Guiana e Suriname. A Venezuela foi recentemente suspensa do bloco, será reavaliada sua permanência no megabloco. O notório enfrentamento à desigualdade entre os povos está na possibilidade de oportunizar a ponte cultural e educacional, democratizar os sistemas educacionais com maior integração e qualidade, diminuir a desigualdade social e promover a paz e o desenvolvimento nessa região.

O MERCOSUL vai além de acordo comercial, sendo a mais importante política externa da América Latina. No fortalecimento de políticas de integração, a educação tem um papel estratégico, com o Setor Educacional do MERCOSUL – SEM, com a coordenação de políticas de educação. Em 2005 foi criado o MEXA, estabelecido no plano operacional das ações do setor da educação do MERCOSUL, para implementar o sistema de acreditação de cursos universitários.

No mesmo plano de ação do setor de educação, foi aprovada a Decisão n. 17/08, pelo Conselho de Mercado Comum de um sistema de acreditação de títulos em cursos de graduação e sua certificação.

Foi destaque a incorporação no SEM da temática de formação dos docentes na abrangência do Mercosul.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, cita (Andrés, 2010):

[...] a integração comercial propiciada pelo MERCOSUL também favoreceu a implantação de realizações nos mais diferentes setores, como educação, justiça, cultura, transportes, energia, meio ambiente e agricultura. Neste sentido, vários acordos foram firmados, incluindo desde o reconhecimento de títulos universitários e a revalidação de diplomas até, entre outros, o estabelecimento de protocolos de assistências mútua em assunto penais e a criação de um “selo cultural” para promover a cooperação, o intercâmbio e a maior facilidade no trânsito aduaneiro de bens e culturas.

De acordo com o site da Educação do MERCOSUL, “O Setor Educacional do MERCOSUL é um espaço de coordenação das políticas educacionais que reúne países membros e associados ao MERCOSUL, desde dezembro de 1991, quando o Conselho do Mercado Comum (CMC) criou, através da Decisão 07/91, a Reunião de Ministros de Educação do MERCOSUL (RME).” O setor educacional do MERCOSUL busca integração e o desenvolvimento da educação nos países membros.

Os sistemas educacionais no MERCOSUL devem ser norteados pela missão e visão propostas pelo bloco, desta forma, os países caminham para o mesmo objetivo. A missão do setor educacional do MERCOSUL é:

Formar um espaço educacional comum, por meio da coordenação de políticas que articulem a educação com o processo de integração do MERCOSUL, estimulando a mobilidade, o intercâmbio e a formação de uma identidade e cidadania regional, com o objetivo de alcançar uma educação de qualidade para todos, com atenção especial aos setores mais vulneráveis, em um processo de desenvolvimento com justiça social e respeito à diversidade cultural dos povos da região.

Em relação avisão, a definida para este setor foi:

Ser um espaço regional onde se prevê e garante uma educação com equidade e qualidade, caracterizada pelo conhecimento recíproco, a interculturalidade, o respeito à diversidade e à cooperação solidária, com valores compartilhados que contribuem para a melhoria e democratização dos sistemas educacionais da região e oferecer condições favoráveis para a paz, por meio do desenvolvimento social, econômico e humano sustentável.

Após a análise de como está organizado o sistema educacional no MERCOSUL, é importante compreender a realidade de cada um dos países membros. Diante disto, a seguir serão abordados os sistemas educacionais no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Para que ao final se possa compreender melhor as diferenças e semelhanças entre estes países.

Sistema Educacional no Brasil

O sistema educacional Brasileiro é regulamentado pelo MEC (Ministério da Educação e Desporto), criado em 1932 por um grupo de intelectuais com anseio de planejar e melhorar a educação no pais. De acordo com o site do Ministério da Educação, o “MEC busca promover educação para todos”. Ou seja, uma educação para inclusão e melhora na vida social das pessoas.

De acordo com a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação o Sistema educacional brasileiro é dividido da seguinte forma:

Vale ressaltar que o Ensino Médio no Brasil, atualmente passa por uma reforma, que vem gerando diversas discussões. Em relação ao ensino superior, objeto deste estudo, abrangerá os seguintes cursos e programas de acordo com o Art. 44 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação:

I - cursos seqüenciais por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino, desde que tenham concluído o ensino médio ou equivalente; (Redação dada pela Lei nº 11.632, de 2007).

II - de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo;

III - de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados em cursos de graduação e que atendam às exigências das instituições de ensino;

IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino.

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP), no ano de 2015 o Brasil contava com 2364 Instituições de Ensino Superior. Sendo que apenas 295 são públicas, ou seja, aproximadamente 87% das instituições de ensino superior são privadas. Este dado pode refletir como um aspecto preocupante, visto que muitos brasileiros ficam sem acesso a educação superior, por não terem condições financeiras para subsidiar seus estudos. Um país que quer se desenvolver precisa direcionar seus investimentos não apenas para educação básica, mas também para o Ensino Superior. Outro dado importante é em relação a quantidade de cursos, o mesmo estudo revela que em 2001 eram 21.459 cursos graduação, no ano de 2015 já são 33.607, um crescimento expressivo para o setor educacional.

Tabela 1. Relação de ingressantes e concluintes nos Cursos de Graduação

Ano

 

 

Ingressantes

Concluintes

Percentual Concluintes

 

 

 

 

2005

1.805.102

730.484

40%

2006

1.965.314

762.633

39%

2007

2.138.241

786.611

37%

2008

2.336.899

870.386

37%

2009

2.065.082

959.197

46%

2010

2.182.229

973.839

45%

2011

2.346.695

1.016.713

43%

2012

2.747.089

1.050.413

38%

2013

2.742.950

991.010

36%

2014

3.110.848

1.027.092

33%

2015

2.920.222

1.150.067

39%

Total Geral

26.360.671

10.318.445

39%

Fonte: Adaptado Mec/Inep, 2015.

Outro dado que chama atenção neste estudo realizado até o ano de 2015, diz respeito aos alunos que ingressaram nos cursos de graduação em relação aos que concluíram. Os números praticamente se mantêm os mesmos desde o ano de 2005, dando destaque para 2009, 2010 e 2011 que tiveram um aumento significativo. O que se deve observar e procurar diagnosticar é o motivo pelo qual os estudantes iniciam seus estudos e não concluem, visto que menos da metade os concluem.

Quando se trata de Educação Superior não se deve esquecer dos cursos de pós graduação, latu sensu e stricto senso. Que ainda aparecem como vilões no que tange a inclusão e acesso a todos, dando destaque para os cursos de Mestrado e Doutorado. Muitos acadêmicos brasileiros vão para outros países, principalmente os países pertencentes ao MERCOSUL, em busca deste tipo de capacitação. Infelizmente, no Brasil estes cursos são restritos a uma pequena parte da população. Cada vez mais existem discussões em relação a convalidação dos diplomas realizados no Paraguai, Argentina e Uruguai, novos decretos são publicados para fazer com que estes brasileiros sejam realmente reconhecidos como mestres e doutores em seu país de origem.

Recentemente no Brasil, 14/12/2016, foi publicado pelo Ministro de Educação do Brasil no diário oficial da união, novas regras de validação de diplomas de graduação ou de reconhecimento de títulos de pós-graduação de universidades estrangeiras no Brasil. Onde se estabeleceu um tempo para as universidades analisarem os processos num tempo de 180 dias, e outros procedimentos, para o avanço do conhecimento e da ciência.Portaria do MEC de 13 dezembro de 2016.

Segundo a legislação educacional vigente no país hoje, é a Lei 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional – LDB. Em relação as normas de revalidação de diplomas de cursos de graduação e ao reconhecimento de diplomas de pós-graduação strito sensu (mestrado e doutorado), expedidos por instituições estrangeiras de ensino superior, tem-se a Resolução Nº 3 do CNE de 22 de junho de 2016. Entre outros pareceres e resoluções.

Sistema Educacional na Argentina

A característica do Sistema de Educação Superior na Argentina tem sua origem colonial na igreja com os padres Franciscanos, Dominicanos e Jesuítas, mais se pontua historicamente no período de Estado Nacional, pós independência, nos anos de 1968 a 1974, de forma marcante no governo Domingo Faustino Sarmiento, com o advento da lei de nº 10.420/84. Também conhecida como a Lei de educação comum. Considerado por vários estudiosos da área o promotor das idéias que fomentam a lei de educação atual.

Cabe ressaltar também as medidas concretas administrativas adotadas por ele a nível de governo, como criação de escolas primária, adoção de novo método de ensino de fundamento europeu, contratação de professore da Europa para formação de docentes. Como podemos observar nas informações bibliográficas.

A contribuição mais notável de sua presidência foi sem dúvida sua obra educacional. Não só ele criou escolas primárias, mas patrocinado novos métodos de ensino e educadores europeus contratados para ensinar aos professores; criadas novas escolas nacionais; Ele inaugurou a Escola Normal de Paraná e nos transportou para professores normais, que se desenvolveram no país uma tarefa lucrativa. Para Sarmiento, a educação era a base da democracia, e tivemos de obter a cultura das pessoas a qualquer preço. Entre 1868 e 1874, os subsídios para a educação do governo central para as províncias quadruplicou. Eles foram fundadas para oitocentos instituições de ensino, o que permitiu que hospedam centenas de milhares de novos alunos (Perdigão Vieira e Vargas, 2015).

Outra medida política que marcou essa fase de foi a distribuição de responsabilidades na gestão organizacional da educação que era centrada no governo central, passando para as províncias dos estados, bem como a distribuição de recursos para implementação de novas escolas e suas estruturas necessários de funcionamento (Perdigão e Vargas, 2015).

Esse novo desenho estrutural ficou assim definido: ao Ministério da Educação e do Conselho Federal de Cultura, cabendo a função de normatizar, avaliar e coordenar. Essas duas últimas no âmbito de levantamento das diferenças econômicas, sociais e regionais para fins compensatórios. As províncias dos Estados cabem a coordenação, assistência técnica e financeira das instituições escolares. Os Estados e o Governo da Cidade de Buenos Aires cabem o papel de organizar, administrar e supervisionar as instituições de ensino. E, ao Ministério de educação a responsabilidade de coordenar as políticas educativas no âmbito do país (Perdigão e Vargas, 2015).

No âmbito das ideias ideológicas inovadoras para a época, as novas medidas adotadas tinham a proposta de tornar a educação democrática, de acesso a todos, gratuito e acima de tudo, como instrumentos de desenvolvimento nacional e individual como afirmam Perdigão e Vargas:

O primeiro passo importante para o desenho do sistema educacional argentino como é conhecido hoje foi a Lei 12420, de 1884 – Leis de Educação Comum – que estabeleceu o caráter obrigatório, estatal, laico e graduado da educação. Outro marco fundamental na evolução do sistema foi o governo do Presidente Domingos Faustino Sarmiento (1868-1874), que priorizou a educação como instrumento de desenvolvimento nacional e individual, inaugurou grande número de escolas e bibliotecas públicas e criou facilidades para atrair imigrantes vindos da Europa.

Com base nas informações dos autores Vargas e Perdigão, 2015. As outras leis que regulam a educação na Argentina são: a Lei 26.206/2006 (lei de Educação nacional); a Lei 26.075/2005 (lei de financiamento educativo); e a Lei 25.864/2003 (lei dos 180 dias de aula). Todas essas leis estruturam e balizam a educação formal na Argentina, colocando a educação como um instrumento de desenvolvimento nacional e de justiça social.

Ainda completa Perdigão e Vargas, 2015. A educação na Argentina é direito de todos democraticamente e obrigatória para todos no período do ensino básico, na linha de uma educação federalizada e autônoma, com tutela centrada no Estado para a formação do educando. Tendo seu início no processo educativo formal aos cinco anos de idade no ensino básico, que inclui o ciclo inicial, primário e secundário.

Nos tempos atuais de redemocratização da Argentina, depois de oscilar entre um regime ditatorial e democrático, o sistema educacional ainda se caracteriza na linha de descentralização, com alguma transferência de recursos e pouca gerencia do Ministério da Educação nas Províncias e na Cidade de Buenos Aires. Onde podemos citar a Lei de Educação Nacional da Argentina de nº 26.206/2006 (lei de diretrizes e bases), que veio substituir a Lei 24.195/1993, no Governo Menem (Castro, 2007).

No âmbito da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Argentina (nº 26.206/2006), que visa assegurar uma educação de qualidade e equidade, de respeito à diversidade com cidadania e ética e inclusão social, a presente lei divide a educação em duas etapas, a educação básica (inicial, primária e secundária) e a educação superior, como afirma Castro, (2007).

A LDB divide a educação escolar em duas etapas:

1ª) educação básica, formada pela educação infantil (de zero a três anos, em creches ou entidades equivalentes; de quatro e cinco anos, na pré-escola), o ensino fundamental (obrigatório, por força da Constituição Federal, com duração recentemente ampliada para nove anos – portanto, na idade regular, para crianças e jovens de seis a catorze anos de idade) e ensino médio (de universalização progressiva, segundo a Constituição Federal, com duração mínima de três anos – na idade regular, para jovens de quinze a dezessete anos).

2ª) educação superior: com cursos de graduação, seqüenciais (algo como graduação abreviada, sem direito a diplomas ou ao exercício de profissões reconhecidas) e de pós-graduação, seja stricto sensu (mestrado e doutorado), seja lato sensu (principalmente especialização) (Castro. 2007)

O sistema educacional da Argentina com a nova LDB é composto de 47 Universidades nacionais, 46 universidades Particulares, 7 Institutos Universitários nacionais, 12 Institutos Universitários Particulares, 1 Universidade Provincial, 1 Universidade Estrangeira e 1 universidade Internacional. Onde podemos citar uma clientela de 1.650.000 estudantes de terciários e cursos técnicos, e licenciaturas de grau. Onde se pontua 1.312.549 em Instituições Nacionais e 337601 em Instituições Particulares. Na pós-graduação são 80.703 estudantes, sendo 58.969 em Instituições Nacionais e 20.442 em Instituições Particulares (UNB, 2009).

No que concerne à educação superior no Sistema educacional da Argentina a legislação pertinente regulamenta a modalidade de ensino, a Lei de nº 24.521, no âmbito das Instituições Públicas e de avaliação das Instituições privadas. Os cursos de carreira de graus nas modalidades de cursos técnicos e de bacharelado tem acesso gratuito e pós-graduação, nas modalidades de mestrado e doutorado.

A educação superior argentina é regida por lei específica (Lei nº 24.521).Na nova lei de educação nacional há apenas quatro artigos sobre a matéria, que fazem remissão à lei específica e dispõem sobre as prerrogativas do Estado na supervisão e controle dessa etapa educacional. Já a LDB conta com quinze artigos sobre educação superior. Alguns deles tratam de temas mais próprios para regulamento (como a carga horária mínima dos professores do setor público); outros (como a avaliação institucional) são apenas enunciados e desenvolvidos por lei específica ou por regulamento. A proposta do Poder Executivo de lei para regular a educação superior parece promover mais uma consolidação da legislação sobre a matéria do que uma reforma universitária (Castro, 2007).

O sistema de Educação da Argentina no ensino básico e superior, incluindo os de pós-graduação de carácter gratuito tem um orçamento que supera 6% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Sendo prerrogativa de lei consolidado na Lei de Educação Nacional. Também se pode afirmar que os salários dos docentes da educação encontram-se acima do PIB Nacional (Castro, 2007).

Sistema educacional no Paraguai

Trataremos do sistema educacional como um todo, enfatizando a educação superior do Paraguai. Há muita dificuldade de encontrar informações sobre esse assunto, assim, as informações foram obtidas, traduzidas e adaptadas, diretas do site do MEC do Paraguai e reforçadas pelos autores Vasques, Rivarola e Morosini.

A educação inicial compreende o jardim maternal de 0 a 2 anos e o jardim de infância de 3 a 4 anos e o pré-escolar de 5 anos.

Educação Escolar Básica é obrigatória e gratuita nas escolas públicas de gestão oficial. Compreende 9 graus se destina a crianças de 6 a 14 anos de idade. O nível se divide em três ciclos de três anos de duração: Primeiro ciclo (1º, 2º e 3º grau); Segundo ciclo (4º, 5º e 6º grau), e Terceiro ciclo (7º, 8º e 9º grau).

A educação média com duração de 3 anos, objetivando incorporar o jovem na vida social e do trabalho e prepará-lo para o nível superior. Constitui-se em 3 cursos nas seguintes modalidades: Bacharelado científico (com ênfase em Literatura e Artes; com ênfase em Ciências Sociais; com ênfase em Ciências Básicas e Tecnologia) e   Bacharelado Técnico (Industrial, Serviços, Agricultura, Saúde, etc.)

A educação técnica divide as escolas em: industriais, serviços, saúde, agricultura, entre outras, e as que oferecem formação profissional. Em relação aeducação indígena, existem 20 povos indígenas, o equivalente a 20 diferentes línguas e culturas. A educação indígena é uma unidade responsável pela garantia dos direitos educacionais aos Povos Indígenas.

A educação inclusivainiciou no país no campo da educação especial, para garantir as crianças com deficiencia o acesso a educação. A educação permanente, inclui Educação Básica de Adultos que atenda as necessidades das pessoas com idades entre 15 anos ou mais, que foram excluídas do ensino fundamental. É composto por 3 ciclos e é considerado como uma formação supletiva.

A educação superior do Paraguai possui uma estrutura específica, onde é formado por universidades, institutos superiores, e outras instituições de formação profissional de terceiro nível, institutos de formação docente e institutos técnicos. Incluindo-se graus universitários e não universitários. Amparada pela Lei Geral de Educação Superior Nº 4995, promulgada em 02 de agosto de 2013, que regula a educação superior como parte do sistema educacional nacional, definindo os tipos de instituições e ditando suas normas que asseguram a qualidade dos serviços prestados pelas instituições.

Segundo Vasques (2016), depois de 35 anos de regime ditatorial de Alfredo Stroessner em 1991, foram criadas três universidades, a Universidade Columbia do Paraguai, a Universidade do Norte e a Universidade Autônoma de Assunção, confiando a formação de profissionais-universitários à rede privada de ensino, um marco na história do Paraguai.

Conforme Rivarola (2008), citado por Vasques (2016):

Depuesto el régimen, año trás año fue creándose nuevas universidades y se habilitaron sedes filiales en diferentes localidades del interior del país, incrementándose sostenidamente la matrícula y la cobertura geográfica de los nuevos centros de educación universitaria. Em el 2000, el número de universidades alcanzó un total de 18, 4 de carácter público y 14 de gestión privada. Importantes centros urbanos localizados en diferentes regiones se convierten en sedes, ofreciendo una gran diversidad de carreras.

O sistema de educação superior do Paraguai é bem diversificado em seus estudos dependendo de cada instituição de ensino e cursos ofertados. As universidades englobam múltiplas áreas específicas do saber cumprindo sua missão de investigação, ensino, formação, capacitação profissional e serviço comunitário. Diferentes dos Institutos Superiores com características específicas no campo de saber.

A atual estrutura do sistema de formação de professores inclui cursos de ensino em Educação Infantil com duração de 3 anos, professores de educação básica em ciclo 1º e 2º de 3 anos de duração, Professores para Educação Básica -3º ciclo, por áreas de especialidade de 4 anos de duração e Faculdade de Media Educação, por área de especialidade de 3 anos de duração.

Também desenvolvem cursos de especialização em Ensino de Ciências, Educação e Orientação Vocacional, Avaliação e Administração Escolar, entre outros, de 2 anos de duração. Outros tipos de cursos referem-se à profissionalização dos professores para fornecer título de ensino para bachareis em serviços e a professores universitários que ensinam sem formação pedagógica.

Em relação a formação de formadores e professores com excelência de fundos especializados, está em fase de licitação a chamada para universidades com cursos acreditados para oferecer formação aos formadores e professores de áreas específicas: Educação Indígena e Educação Continuada; áreas de Matemática, Linguagem e Ciências Básicas; Gestão Institucional (diretores e supervisores); Carreira de Ensino Técnico; Educação Inclusiva; Educação Trabalho e Tecnologia.

O ensino superior técnico, oferece cursos de nível terciário não-universitário, de 2 ou mais anos de duração,com estrutura curricular modular feita a partir das demandas e têm uma forte ênfase no sector da produção terciário (serviços) com predomínio do setor privado, para formação profissional.

O nível superior universitário, tanto público como privado, é autônoma e regenciado porsua respectiva reitoria. Os objectivos do ensino universitário são a educação profissional de nível superior, pesquisa e extensão cultural, através da ciência, literatura e artes.Os cursos são ministrados em diferentes faculdades, institutos e escolas de universidades que trabalham tanto na capital como no interior do país.

No que tange a pós-graduação, o objetivo da educação de pós-graduação é aprofundar e atualizar o reflexo cultural, educativo, científico, artístico e tecnológico através da investigação, crítica sobre a disciplina e intercâmbio sobre o progresso nos campos. Os cursos oferecidos incluem especialização de pós-graduação, mestrado e doutorado.

Segundo Morosini et al. (1998, p. 90):

O Paraguai tem seu sistema de ensino superior concentrado na UNA- Universidade Nacioanl de Assunción e na Universidade Nuestra Señora de la Asunción – UCA. A primeira com 12 faculdades, 7 escolas e 4 institutos, com filiais no interior do país. A segunda, de caráter privado, possui 9 faculdades, 1 instituto superior e uma escola superir. Também existem instituições não- universitárias de curta duração.

Essa estrutura da educação do Paraguai é bem diversificada, mas abrange todas as necessidades de aprendizagem, em diversos níveis e características, assim como no Brasil.

Há estudos que revelam que a taxa de ingresso nas universidades é maior dos argentinos e uruguaios em relação aos brasileiros e paraguaios, porém caem na taxa de concluintes, pois se evadem mais que os brasileiros e paraguaios, que chegam a concluir numa média de 50%. E também, constatou-se que o sistema de educação superior do Paraguai caracteriza-se pela atuação privada, com maior número cerca de 83%, apesar do significativo crescimento das instituições públicas.

Sistema Educacional no Uruguai

O primeiro país da América a ter uma educação primária universal, gratuita e obrigatória foi o Uruguai, fato ocorrido pela influência do presidente José Pedro Varela (1875-1876), que persuadiu o governo a fazer a lei da educação comum de 1877. O modelo ajustado para esta escola pública foi baseado no sistema europeu da França, e assim estabeleceu-se um sistema centralizado para toda rede.

Entretanto, ela se divide em ramos educacionais, a primária, secundária e a superior. Logo no final da década de 1950, o Instituto Nacional da Educação Técnica (INET) tornou-se uma extensão da escola secundária, em seguida os três seguimentos do sistema educacional do Uruguai estabeleceram uma autonomia financeira e administrativa.

A Constituição e a norma legal estabelecem em 10 anos o ensino obrigatório. Um (01) ano da Educação Inicial para todas as crianças de 5 anos, seis (06) anos de Educação Primária e três (03) anos do Ciclo Básico da Educação Média. Os 10 anos de ensino são obrigatórios e gratuitos, o que garante as essas crianças/jovens, uma qualidade amplamente eficaz na educação oferecida, e tudo isso ofertado pelo governo.

No Sistema Educacional do Uruguai o Segundo Ciclo de Educação Média e a Educação Superior também são gratuitos, desta fazem parte a Universidade de la República, Institutos de Formação de Docentes , Escolas Militares e Escola Nacional de Polícia. Em 1985, nasce a primeira universidade, dessa vez privada, onde o governo inicialmente não os obrigava a seguir qualquer regulamentação pública, a menos que, voluntariamente, solicitem do Estado o seu reconhecimento. Em 1995, a publicação do Decreto 308/995 que regulamentou a oferta de educação superior privada e possibilitou a quebra do monopólio onde desde então surgiram inúmeras outras universidades.

Segundo (Lémez, 2002) citado por Vasques (2015):

Cabe ressaltar, que o sistema institucional de educação superior no Uruguai, contava até 1985, com uma única Universidade Pública, a Universidade de la República – UDELAR, que monopolizava o ensino superior no país, não só em relação à oferta, mas também na determinação das políticas de educação superior.

Em 1985, surge a primeira universidade privada no Uruguai – A Universidade Católica. A partir desta data ocorreram os primeiros avanços, principalmente no sentido do reconhecimento de carreiras e credenciamento de instituições, que ensejou em 1995, a promulgação do Decreto 308/995 que regulamentou a oferta de educação superior privada e possibilitou a quebra do monopólio, até então mantido pela UDELAR.

Os principais objetivos da atual política educativa no Uruguai, aprovados pela Lei N° 16736 de 5 de janeiro de 1996 são:

Mesmo sem quaisquer custos, à educação superior, tornava-se limitada para alunos do interior de famílias de classes menos favorecidas, devido à necessidade destes jovens de baixo poder aquisitivo ajudar na renda familiar, juntamente com o alto custo do material didático (livros, etc...) e outras taxas, deixando a educação superior fora do sonho de inúmeras pessoas. Outro fator que dificultava era a questão da distância, devido a localização da universidade de Montevidéu, muito distante da moradia dos alunos onde tornou-se um fator negativo na busca desse sonho.

De acordo com os dados do Ministério de Educação do Uruguai, a das barreiras, o número de estudantes universitários continuou a crescer rapidamente, de quase 22 mil em 1970 para mais de 61 mil em1988. As mulheres eram 58% dos estudantes. Assim como no resto da América Latina manter o status de estudante tinha várias vantagens, como passagens mais baratas, e cantinas subsidiadas, essa era a única razão para a população estudantil ser tão larga e ainda assim o número de estudantes graduados ser tão baixo. Em 1986 apenas 3.645 (2.188 mulheres e 1.455 homens) graduaram-se na universidade, e 16.878 entraram neste ano. Os estudantes exibem uma grande preferência por disciplinas e profissões que tem mais prestígio, como direito, ciências sociais, engenharia, medicina, economia e administração.

Em uma reportagem por Ivone Belem em 26 de abril de 2005 sobre a Qualidade no ensino superior sendo também prioridade no Uruguai segundo o Ministro de Educação Jorge Brovetto, durante o Seminário Internacional Reforma e Avaliação da Educação Superior que aconteceu em São Paulo. "A qualidade das universidades é um esforço que devemos fazer, apesar das dificuldades econômicas dos nossos países", disse o ministro uruguaio.

O ministro de educação do Uruguai Brovetto enfatizou naquele momento que o sistema da educação superior uruguaio é bastante diferente do Brasil. No Uruguai há uma universidade pública e o sistema privado na época era um fenômeno relativamente recente. "As universidades privadas respondem por apenas 15% de todas as matrículas no ensino superior e não atuam em todas as áreas do conhecimento, como as públicas".

Considerações finais

Considerando os estudos acerca dos sistemas educacionais no MERCOSUL, os sistemas de educação superior estão em processo de integração e transformação, conservando a regionalidade e as culturas distintas de cada um dos países membros em suas realidades sócio-economicas, atendendo as prerrogativas políticas e metas difundidas pelo Setor de Educação do MERCOSUL (SEM).

Em relação as estratégias traçadas pelo SEM para os anos de 2010-2015, a primeira estratégia trata a respeito da integração regional levando em consideração cidadania, respeito, meio ambiente e cultura de paz. Trata principalmente a relação de respeito entre os países no que tange a cultura, sendo a educação a ferramenta para alcança-las. O segundo objetivo diz respeito a inclusão e desenvolvimento humano por meio da educação, item que vai ao encontro do que almeja a sociedade. O que marca a terceira estratégia é a questão da troca e cooperação para que possamos mudar nossos sistemas educacionais. O quarto objetivo estratégico trata a respeito do fortalecimento dos programas voltados para estudantes, docentes e demais profissionais do saber, isto fará com que cada vez mais pessoas busquem ampliar seus conhecimentos e se capacitar. Por fim, acordar e articular políticas que tornem a educação fator chave para esta integração no MERCOSUL.

Tabela 2. Distribuição dos alunos no ensino superior

País

Grau de Especialização

Graduação

Especialização

Mestrado

Doutorado

Argentina

92,6

3,5

2,6

1,3

Brasil

97,2

...

1,7

1,1

Paraguai

...

....

...

...

Uruguai

86,7

5,5

7,3

0,5

Fonte: Adaptado MERCOSUL, 2012

De acordo com a tabela 2, pode-se concluir que em relação a distribuição do ensino superior, este ainda está concentrado nos cursos de graduação. O Uruguai está a frente dos demais países do bloco em relação aos cursos de pós graduação, pois o governo investe cada vez mais nesta esfera da educação. Deve-se destacar como ponto negativo, a ausência de dados do Paraguai para este item avaliado, impactando assim no entendimento da conjuntura do estudo do sistema educacional no MERCOSUL.

Tabela 3. Número de Instituições de Ensino Superior

País

Número de Instituições de Ensino Superior 2012

Públicas

Privadas

Argentina

 54

 60

Brasil

295

2069

Paraguai

 8

 46

Uruguai

500

700



Analisando os dados na tabela 3, a Argentina as quantidades de instituições públicas e privadas são equiparadas, o governo procura investir nas instituições públicas e privadas, fortalecendo o sistema educacional superior do país. No Brasil 87% das instituições de ensino superior são privadas, de acordo com a tabela 3. Considerando a situação especificamente do país conclui-se que alguns são os fatores que influenciam a disparidade destes números: dificuldade dos alunos brasileiros nas instituições públicas, número de vagas reduzidas, critérios de exclusão para o ingresso, falta de investimento, dentre outros. Pode-se destacar como positivo este grande número de instituições privadas, pois facilita o acesso de um número maior de estudantes que buscam um curso superior visando ascensão social. No tocante ao Paraguai é crescente o número de instituições privadas, visto que o governo facilita a implantação de novas instituições. Deve-se destacar o problema em relação a legalidade destas instituições, visto que muitas se instalam e não estão de acordo com a legislação educacional do país. Em relação ao Uruguai, existe um aumento gradativo das instituições de ensino superior privadas, favorecendo cada vez mais o desenvolvimento econômico do país.Mesmo com este aumento, existe uma procura cada vez maior de estudantes por instituições públicas, apenas 15% dos estudantes estão concentrados nas instituições privadas, devido a facilidade de acesso e a qualidade de ensino nas instituições públicas.

Em relação a educação dos países membros do bloco constatou-se uma maior atuação das universidades privadas em detrimento das universidades públicas. O contexto educacional destes países está voltado para o crescimento econômico e para a globalização. Destacam-se como pontos positivos da união destes países: o acesso as universidades estrangeiras, o intercâmbio cultural, o avanço cientifico e tecnológico, e principalmente as políticas educacionais que facilitam e legalizam os tramites dos cursos superiores estrangeiros.





















Referências

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Morosini Costa, M. et al. (1998). MERCOSUL: Políticas e ações universitárias. Campinas, Brasil: Autores Associados.

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