Los significados y los sentidos de la intersubjetividad em la vida profesional docente

Os significados e os sentidos da Intersubjetividade na Vida profissional docente

Intersubjetivad he’iseitáva ha oñanduháicha hekovépe mbo’eharakuéra

The meanings and senses of intersubjectivety Professional life teacher



Christiane Klline de Lacerda Silva

Universidad Tecnológica Intercontinental



Nota de la autora

Facultad de Posgrado

[email protected]



Resumen

El presente artículo resulta de una investigación bibliográfica sobre la Intersubjetividad en la vida profesional docente, y, en el marco más apmplio, se buscó comprender los significados y los sentidos de la intersubjetividad en la vida profesional de los profesores. Se partió del supuesto, según el cual se trata de una experiencia de co-participación interpersonal, caracterizada por la forma en que las personas se encuentran realmente y se dan recíprocamente. Se recorrió caminos teoricos interdisciplinares, y como teorías de apoyo, las concepciones de autores tales como: Gabriel Marcel (1953) e Barten (1998) Freire (2011), Buber (1977), Vygotsky (1989), Friedrich Hegel, Edmund Husserl (2001), Jean Paul Sartre (2009), Alfred Schutz (2005). La perspectiva epistemológica, método de investigación empleado fue la fenomenología. Como técnica de recolección de datos se utilizó entrevistas no estructuradas en sujetos seleccionados intencionalmente. Los datos fueron transcritos y tratados siguiendo los criterios del análisis de contenido y se concluyó que la intersubjetividad en la vida profesional de los docentes significa compartir conocimientos y conciencia de colectividad en función de los objetivos educativos, y que su sentido es amplio y esencial la calidad de las las relaciones interpersonales en el ámbito escolar, así como, son necesarias la motivación y el bienestar de todos los partícipes del proceso educativo.

Palabras clave: Intersubjetividad, Significados, Sentidos, Vida profesional, Docente.

Resumo

O presente artigo resulta de uma investigação bibliográfica y cualitativa sobre a Intersubjetividade na vida profissional docente e, em um sentido macro, buscou-se compreender os significado e os sentidos da intersubjetividade na vida profissional dos professores, partindo-se do pressuposto de que é uma experiência de co-participação interpessoal, caracterizada pela forma como as pessoas se encontram realmente e se doam reciprocamente. Percorreu-se caminhos teóricos interdisciplinares, e como teorias de apoio, as concepções de autores tais como: Gabriel Marcel (1953) e Barten (1998) Freire (2011), Buber (1977), Vygotsky (1989), Friedrich Hegel, Edmund Husserl (2001), Jean Paul Sartre (2009), Alfred Schutz(2005). A perspectiva epistemológica, método de investigação empregada foi a fenomenologia. Como técnica de coleta de dados utilizou-se entrevista não-estruturada em sujeitos selecionados intencionalmente. Os dados foram transcritos e tratados seguindo os critérios da análise de conteúdo e concluiu-se que a intersubjetividade na vida profissional dos docentes significa partilha de conhecimentos e consciência de coletividade em função dos objetivos educacionais e que o seu sentido é abrangente e essencial a qualidade das relações interpessoais em âmbito escolar, assim como, são necessárias a motivação e bem-estar de todos os partícipes do processo educacional.

Palavras-chave: Intersubjetividade, Significados, Sentidos, Vida Profissional, Docentes.

Ñemombykypyre

Ko haipy niko osẽ arandukakuérape ojejatypeka rire intersubjetividad rehe, mbo’eharakuéra rekovépe; tuichaveháicha ojejovyvýkuri mba’épa he’ise ha mba’éichapa oñandu mbo’ehakuéra intersubjetividad hekovépe mba’apoharaháicha. Oñeñepyrũ tembiguerovia oñehesa’ỹjohápe tapcihakuéra rekoasa oñondive ha’ekuéra oĩhachaite ha oñome’ẽháicha ojoupekuéra. Ojejepovyvy heta aranduty rehe, ha oñeñemopyenda ko’ã tapicha arandu he’ivape: Gabriel Marcel (1953) ha Barten (1998) Freire (2011), Buber (1977), Vygotsky (1989), Friedrich Hegel, Edmund Husserl (2001), Jean Paul Sartre (2009), Alfred Schutz (2005). Ko tembiapo oñemopyenda aranduty fenomenología-pe. Oñemarandumo’õ haua oñembosako’i porandu oñemba’aporandu haua tapicha ojeporavopyrévape. Marandu oñembyatyva’ekue guive oñembokuatia ha oñehesa’ỹjo oñemohendaháicha ko tembiapópe. Ojejuhu mbo’eharakuérape uarã intersubjetividad he’iseha omopeteĩ mba’ekuaa oguerekóva ha iñeñandu ojoapytepekuéra, umi mba’e ojehekáva tekombo’e rupive kuápe; upéichante avei ojehechakuaa heta mba’e he’iseha ichupekuéra ha tuichaiterei mba’eha hembiapokuérape mbo’ehaópe. Amo hu’ãme ojehechauka tekotevẽha opaite tapicha omoĩva ijeti’y tekombo’e ñemboguatápe ikyre’ỹ ha oñeñanduporã.

Mba’e mba’e rehepa oñeñe’ẽ: Intersubjetividad, He’iséva, Oñeñandúva, Mba’apohára rekove, Mbo’ehára.



Abstract

This article is the result of bibliographic and quialitative research regarding Intersubjectivity in teachers’ professional lives and, in the broader sense, is aimed at understand the meanings and feelings of intersubjectivity in the professional lives of teachers, starting from the supposition that it is an experience of interpersonal sharing, characterized by the way people actually find and give to each other reciprocally. Interdisciplinary paths were travelled and as support were the theories of authors such as Gabriel Marcel (1953) and Barten (1998) Freire (2011), Buber (1977), Vygotsky (1989), Friedrich Hegel, Edmund Husserl (2001), Jean Paul Sartre (2009), and Alfred Schutz (2005). The method of investigation employed was phenomenology, the perspective epistemological. As a technique of data collection, a non-structured interview was used on intentionally selected subjects. The data were transcribed and treated according to the content analysis criteria and it was concluded that intersubjectivity in the professional life of teachers means sharing knowledge and a collective consciousness of the function of educational objectives and that its sense is comprehensive and essential to the quality of the interpersonal relations in the school environment, as well as necessary to the motivation and well-being of all the participants in the educational process.

Keywords: Intersubjectivity, Meanings, Feelings, Professional life, Teachers.

























Os significados e os sentidos da Intersubjtividade na vida profissional docente

Entende-se que os seres humanos, constituem-se como “pessoas” a partir das interações sociais, através das quais internalizam valores, normas sociais e de conduta, crenças e a cultura de uma sociedade de uma forma processual que se inicia desde o nascimento.

O mundo interior de cada indivíduo, a sua subjetividade, se constrói e também se manifesta na interação com o outro. A existência do “eu” é dependente de um “tu” que em mútua interação se constroem e refletem um ao outro. Contudo, as configurações do mundo atual, impulsionadas pelo fenômeno da globalização, tem distanciado as pessoas cada vez mais da propria natureza humana, embora os tempos, espaços e fronteiras sejam reduzidos através das inovaçoes tecnológicas.

Ao passo que as tecnologias promovem o desenvolvimento econômico criam novas barreiras entre as pessoasdistanciando-nos cada vez mais daquilo que nos torna humanos: o contato consigo mesmo e com os outros. Seja no ambiente de trabalho, na família e nos demais grupos sociais, percebe-se que as rotinas de vida se estabelecem em um ritmo cada vez mais acelerado, no qual as atividades laborais têm dominado quase que a totalidade do tempo vivido para a maioria dos profissionais nas mais variadas áreas.

Uma vez que a educação é concebida como fenômeno de natureza intersubjetiva, buscou-se depreendê-la da vida profissional dos docentes haja vista que ensinar transcende a técnica: mobiliza aquele que ensina a partir do resgate do que aprendeu, vivenciou, das suas relações, afetos e, desta maneira, provoca a transformação no outro.

O presente artigo resulta de uma investigação científica cujo objetivo geral foi compreender o significado e o sentido da intersubjetividade na vida profissional dos professores. Partindo-se da ideia fundamental de que esta é uma experiência de co-participação interpessoal, caracterizada pela forma como as pessoas se encontram realmente e se doam recíprocamente.

Para a consecussão do objetivo da investigação seguiu-se os procedimentos metodológicos do enfoque qualitativo, levando-se em conta a subjetividade e a avaliação da própria investigadora; Quanto à perspectiva epistemológica optou-se pela fenomenologia uma vez que, os sentidos e significados dofenômeno estudado residem na consciência dos docentes.Como técnica de coleta de dados utilizou-se entrevistas abertas e o dados coletados foram tratados de acordo com os procedimentos técnicos da análise de conteúdos.

Utilizou-se na investigação a amostragem do tipo não probabilística intencional ou por julgamento na qual os elementos da população foram selecionados deliberadamente pelo investigador que escolhe alguns elementos para fazer parte da amostra, com base no seu julgamento de aqueles seriam representativos da população. Este tipo de amostragem se adéqua aos estudos qualitativos, sendo que a própria intencionalidade torna uma pesquisa mais rica em termos qualitativos. Foram criterios estabelecidos na seleção de amostra sistêmica intencional: Tempo de experiência docente mínima de dez anos; Trabalhar em mais de uma instituição de ensino ou nível escolar, Cursar mestrado e doutorado.

O instrumento utilizado para a coleta de dados foi: entrevista aberta aplicada aos professores que cursam mestrado e doutorado em Educação na Universidade Tecnológica Intercontinental- UTIC. Umma vez coloetadosos dados foram tratados de acordo com os procedimentos técnicos da análise de conteúdos, que se processou da seguinte forma: (1) Exploração do material coletado; (2) Seleção das unidades de análise para a elaboração das categorias, que se caracterizam como não apriorísticas, pois que emergiram das respostas dos sujeitos. Agrupamento das unidades de análise considerando as relações existentes entre elas em torno do objetivo geral.; (3) Definição das categorías; (4) Redução e interpretação das informações.

Este trabalho direciona um olhar especial sobre aspecto essencial da vida do professor, pois que as discussões sobre a qualidade do ensino e até mesmo da educação, tornar-se-ão infrutíferas se desconsiderarmos os fatores humanos envolvidos neste processo, pois sabe-se que embora, invistamos em aprimoramento, formação docente e programas educativos, esses não obterão sucesso se o professor não estiver aberto para recebê-los em seu mundo interior em seu labor diário.Assim, no contexto Educacional, o estudo realizado possui relevância acadêmico-científica uma vez que tratar de temáticas referentes ao processo ensino- aprendizagem, em seus aspectos técnicos, parecem insuficientes se não atentarmos para as questões de natureza humana inerentes a elas. Deixar de considerar as questões intra e interpessoais envolvidos na vida profissional do docente seria navegar na superficialidade de um oceano de riquezas inestimáveis.

A realidade estudada reflete uma realidade construída pelos próprios sujeitos, tornando-se possível compreendê-la sob diferentes pontos de vista, contribuindo, de certa forma para a melhoria da educação e da sociedade em que vivemos. Daí sua relevância social. Assim como, pela rica experiência de contato com os sujeitos desta investigação e os aprendizados obtidos em todo seu processo e oportunidadesdo conhecimento de distintas realidades, culturas e valores na experiências contato com o outro, gana relevancia pessoal, pois foi de grande valia ao desenvolvimento pessoal da investigadora.

O arcabouço temático abordado e o conjunto de reflexões, aqui desenvolvidas, talvez não possuam ineditismo na comunidade acadêmica, porém em conjunto com os estudos que o antecedem lhe garantem uma contribuição cumulativa.

Antecederam a este trabalho as seguintes pesquisas que serviram como base teórica para esta investigação: no Brasil, no ano de 2015, Oliveira, M.M, mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU realizou pesquisa bibliográfica intitulada A experiência da intersubjetividade como fundamento da subjetividade: a contribuição de Gabriel Marcel no processo de ensino aprendizagem. Entendendo que o relacionamento interpessoal é de suma importância no processo de ensino-aprendizagem, o pesquisador apoiou-se em autores tais como G. Marcel, M. Buber, E. Monier, J. P. Sartre e demais existencialistas. Investigou-se o pensamento de Gabriel Marcel a respeito do relacionamento interpessoal, com o objetivo de averiguar de que modo o mesmo pode colaborar para autênticas experiências intersubjetivas no ambiente acadêmico.

Em 2014, Cantarelli, A.G. apresentou ao Programa de Pós Graduação em Psicologia da Universidade Estadual de Maringá no Estado do Paraná, para obtenção do título de Mestre em Psicologia, dissertação cujo tema é A subjetividade como intersubjetividade: a personalidade do professor e as suas relações com a prática docente. A referida pesquisa versou sobre o enfoque qualitativo e debruçou-se sobre os pressupostos teóricos e metodológicos da Psicologia Histórico- Cultural - Teoria da Atividade de Alexie Nikolaevich Leontiev assim como na Pedagogia Histórico-Crítica. Identificou-se, então, que a personalidade do professor, fenômeno intersubjetivo, intervém, positiva ou negativamente, na prática pedagógica do mesmo, pois esta depende de seu próprio processode apropriação/objetivação.

No ano de 2010, Therrien. J. realizou estudo bibliográfico intitulado: Intersubjetividade e Aprendizagem: a apreensão de saberes, sentidos e significados subjacente à racionalidade pedagógica, pela Universidade Federal do Ceará/CNPq. Abordou a docência sob o prisma de formação de profissionais situados em contextos de práxis no mundo contemporâneo, destacando a função da Universidade e conclui que nas relações intersubjetivas, a identidade dos sujeitos aprendizes é afetada, na medida em que as matérias de estudo são devidamente transformadas pedagogicamente em situações de comunicação dialógica, moldadas pelas racionalidades abertas à compreensão da diversidade de leituras possíveis da vida na sociedade contemporânea.

Em 2005, a autora Bohn, M.B, tratou da Intersubjetividade na relação pedagógica: espaço e tempo compartilhados. O referido estudo abordou elementos de Sociologia Fenomenológica em suas relações com a prática pedagógica, situação em que espaço e tempo são compartilhados por alunos e professores. O trabalho apresentou uma estrutura conceitual que permitiu discutir, a partir da contribuição de autores que baseiam a Sociologia em abordagens da Fenomenologia Social, as relações sociais, de modo geral e, em particular, a interação na situação pedagógica. Ao abordar os conceitos básicos da Fenomenologia, ocupou-se da realidade cognitiva incorporada aos processos humanos subjetivos e da qualidade da relação professor-aluno, no processo educativo. Buscando compreender os significados e motivações dos atores sociais, o fundamento teórico estará centrado na corrente fenomenológica estudada por Alfred Schuz.

Perspectivas teóricas sobre a intersubjetividade na vida profissional docente

Em seu artigo: “El aprendizaje y el enfoque histórico cultural- sentido y aprendizaje”, Fernando Luís González Rey recorre a Vygotsky para define o sentido de uma palavra:

O sentido de uma palavra é um conjunto de todos os eixos psicológicos que surgem em nossa consciência como resultado da palavra. O sentido é uma formação dinâmica, fluida e complexa que tem inumeráveis zonas que variam em sua instabilidade. O significado é apenas uma dessas zonas desse sentido que a palavra adquire no contexto da fala. É a mais estável, unificada e precisa dessas zonas. Em diferentes contextos o sentido de uma palavra muda. Ao contrário, o significado é, comparativamente, um ponto fixo e estável que permanece com todas as mudanças e é comparativamente um ponto fixo e estável que permanece no sentido da palavra que são associadas em diferentes contextos (González Rey, 2002, p. 275).

Os neurocientistas confirmam que somos biologicamente preparados para nos conectar aos outros. Penot (2003) apud Goulart (2007) expõem:

Também estudos neurocientíficos demonstram que temos um potencial genético humano (dependente dos polipeptídeos de DNA que estão na memória evolutiva para que sejamos humanos), mas precisamos de um potencial genético inter-humano, uma relação self-não- self1 para formarmos o nosso próprio self. Dessa forma a maturação e o desenvolvimento das tendências cognitivas do ego estão na dependência da interação afetiva como objeto (interação entre estruturas corticais cognitivas e estruturas subcorticais afetivas mediadas por um neurotransmissor liberado durante a relação afetiva intersubjetiva). Produz efeito de desenvolver circuitos neurais no córtex pré-frontal (Penot, 2003 apud Goulart, 2007, p. 2).

Edmund Husserl (1905-1910) teve como ponto central em sua fenomenologia a intersubjetividade. O tema é tratado em sua quinta Meditação Cartesiana, ao falar sobre alter-ego. Husserl reconhece no outro uma consciência independente, da mesma forma que o mundo físico existe independentemente da consciência, a subjetividade dos outros indivíduos também existe de maneira independente de outras consciências. Conhece-se o outro a partir da intenção da consciência individual.

Identifica-se uma dimensão intersubjetiva no pensamento do filósofo austríaco Martin Buber (1878-1965), quando este acrescenta às discussões existencialistas que a existência do homem emerge do encontro dialógico entre eu e tu. Nessa esfera inter-humana da relação eu-tu, o ser humano atinge o seu ser e se integra totalmente ao mundo. Nas palavras do próprio autor:

O sujeito humano atinge o seu ser através do “proferir Tu” (Dusagen) e não do “proferir Isso”; em outras palavras, isto significa que o homem atinge o seu ser pela relação. O homem, na relação Eu-Tu, integra-se completamente com o mundo, em uma totalidade caracterizada pelo envolvimento, pela integração dos opostos, desaparecendo as peculiaridades e contradições individuais. “A palavra-princípio Eu-Tu só pode ser proferida pelo ser na sua totalidade. A união e a fusão em um ser total não pode ser realizada por mim e nem pode ser efetivada sem mim. O Eu se realiza na relação com Tu; é tornando Eu que digo Tu” (Buber, 1977, p. 13).

Desta forma, o professor, assim como qualquer outro profissional, deve integrar-se ao mundo do seu trabalho, ou seja, ao mundo educativo sob a pena de negar a si mesmo. Este mundo educativo é complexo e composto por uma rede de conexões entre os indivíduos, pois que o ser professor, um ser em construção, só se realizará a partir das relações que estabelece com os outros. Negar a existência do outro é negar a si mesmo, assim na relação dialógica em sala de aula, o professor que nega o seu aluno, no sentido de ignorar quem ele é, sua história, seus anseios, desejos, dificuldades e expectativas, nega a si mesmo enquanto profissional.

As contribuições de Martin Heidgger (1889-1976), filósofo alemão, quanto a intersubjetividade, partem de sua conceituação de “ser-com” (cuidado). Para ele, o que constitui ontologicamente a existência humana é o “ser-com”.

O viver humano é uma eclosão que acontece no encontro eu - outro.Enquanto ser-com, a presença (o existir humano) ‘é’, essencialmente, em função dos outros. Isto deve ser entendido, em sua essência, como uma proposição existencial. Mesmo quando cada presença de fato não se volta para os outros, quando acredita não precisar deles ou quando os dispensa, ela ainda é no modo de ser-com (Heidgger, 1989, p. 175).

Quando Heidgger (1989) se refere ao mundo, o concebe como uma teia de relações a que chama de “mundo compartilhado”. Viver, para ele é participar desta teia, do entrelaçamento presente nela. Logo, viver é fundamentalmente, em sua concepção, conviver. A convivência cotidiana é guiada por diferentes possibilidades: a que reconhecem o outro em suas possibilidades existenciárias (inautenticidade) e aquela que afirma e observa tal condição (autenticidade)2.

O mundo do profissional docente é um “mundo compartilhado” como proposto por Heidgger. Ele é um profissional cujo desempenho está vinculado à natureza de suas relações no seu campo de trabalho. Sua participação no mundo subjetivo do outro é inerente ao ser professor, de forma que a qualidade do seu trabalho não dependerá dos seus saberes científicos e das suas técnicas simplesmente.

Jean- Paul Sartre (1905-1980), existencialista francês, reflete que o outro também constitui o sujeito “a nossa realidade humana exige ser simultaneamente para si e para outro” (Sartre, 2009, p. 361).A intencionalidade das práticas docentes destina-se para o outro, o educando. Para - outro, o professor busca elaborar aulas criativas, buscar formas de envolver, família e a escola no processo educativo, acompanhar a evolução científica e tecnológica através de formação contínua, destina horas do seu tempo para o planejamento e suas atividades educativas, e, doa-se quase que i completamente para o aluno, a escola e seus propósitos. Porém não deve negligenciar o Para si no processo educativo que engendra, uma vez que sua realidade humana, como diz Sartre, é simultânea entre estas duas instancias.

O filósofo e existencialista francês, Gabriel Marcel (1889-1973), precursor de Sartre, propôs compreender o homem em todas as suas dimensões, considerando os seguintes aspectos: singularidade, intersubjetividade, interioridade, concretude e transcendência. Refletindo sobre a existência humana, entende que o nós é a transcendência do eu, Gabriel Marcel (1953) diz que o homem somente pode afirmar sua existência diante do outro; se não perceber aos outros, também não perceberá a si mesmo. Se não for capaz de ver a os outros, também não verá a si mesmo. Desta forma, entende-se que subjetivo torna-se conhecido através das relações humanas à medida que é compartilhado. Porém, para o referido autor, participar significa simplesmente receber uma parte, um fragmento de um todo dado. Por isso, é impossível participar com todo nosso ser numa empresa, ou numa aventura, sem experimentar, em certa medida, o sentimento de ser arrastado; e esta, sem dúvida, é a condição indispensável que permite ao homem resistir a uma fadiga em que sucumbiria se estivesse só (Marcel, 1953, pp. 115-116).

Para Braten (1998) a intersubjetividade pode significar o senso de “comunhão” ou co-participação interpessoal que se estabelece a partir do engajamento conjunto de pessoas, que mutuamente se ajustam e sintonizam expressões e estados afetivos; Pode envolver comportamentos de atenção conjunta (sujeito-sujeito objeto) e domínios compartilhados de conversação linguística. E pode ainda significar a compreensão da comunicação mediada por (meta) representações, possibilitando a realização de inferências sobre intenções, crenças e sentimentos alheios, além de capacidade para imaginar, simular e “ler” estados mentais de outros.

Vygotsky leva as discussões sobre a intersubjetividade para a educação uma vez que defende que as interações sociais são fundamentais para a construção do sujeito e para o processo ensino-aprendizagem. Em Vygotsky (1998) apud Maciel (2004, p. 2) encontra-se que o processo interpessoal se transforma em processo intrapessoal quando os objetos do mundo externo passam pelo processo de internalização e se transformam em signos internos, sem, no entanto, conceber este processo como de absorção passiva por parte do indivíduo, que pode, sim, transformá-los. Percebe-se que na teoria de Zona de Desenvolvimento Proximal, há também componentes intersubjetivos, principalmente em função de o professor possuir um papel de mediador das aprendizagens dos alunos.

Foi o filósofo e sociólogo austríaco Alfred Schütz (1899-1959), quem estabeleceu os fundamentos da Sociologia Fenomenológica, baseando-se na filosofia de Edmund Husserl. Desenvolveu conceitos fenomenológicos para consciência, experiência, significado, conduta, atenção à vida e ação no mundo exterior, porém o principal problema da fenomenologia é a intersubjetividade. A Sociologia Fenomenológica centra-se, pois na intersubjetividade, como se ilustra com palavras de Schütz (1979): “porque vivemos nele e com homens [...] compreendendo os demais e sendo compreendido por eles” (p.10). Desta forma, entende-se que a intersubjetividade para Schütz é uma base e um caminho para a compreensão de si e do outro, é, portanto uma categoria ontológica fundamental da existência humana.

Visões docentes sobre a Intersubjetividade na vida profissional na vida profissional: seus sentidos e sinificados

Os sentidos

Ser profesor. A intersubjetividade se manifesta no ser professor. Os sujeitos da investigação se constroem e sereconhecem enquanto profissionais a partir das suas interações no meio social ao qual este integra, porém a identidade docente reflete as características pessoais, as competências técnicas ou conhecimentos específicos a sua área do saber e a maneira como o professor exerce a docência.M01:“Antes de qualquer coisa, antes de sermos profissionais formados em uma academia, nós somos pessoas comuns.”A identidade profissional do professor não está dissociada de sua identidade pessoal, de forma que em sua prática está impressa a marca da pessoa que ele é.Ao tratar da identidade do professor o autor Nóvoa (1992, p.07) cita Jennifer Nias, “que o docente não é apenas um profissional: “O professor é uma pessoa: e uma parte importante da pessoa é o professor”.

Cumprimento de papéis. Cumprir papéis corresponde ao exercício dos deveres e responsabilidades que o indivíduo possui no grupo social que integra, ou seja, é a função que ele deve desempenhar. Os papéis são estabelecidos culturalmente e podem ser instituídos ou nomeados, como no caso de uma profissão, ou naturalmente, de acordo com o status do indivíduo em seu grupo social, por exemplo: ser pai ou mãe.M02:“Aí minha vida pessoal vivia suprimida! Eu tenho dois filhos e na época que eu assumi a direção a minha filha tinha dois anos. E eu botei na escola, tinha que sair da escola para buscá-la às seis horas da noite, aí eu ia do percurso escola até a escola dos meus filhos...chorando de me acabar! Porque eu estava fazendo a função de diretora, ultrapassando o meu limite, enquanto psicóloga, que não tenho habilitação nessa área, e a minha..da minha família... a minha filha tava lá na escola com dois anos até seis horas da noite! Isso era terrível. Por que a gente...eu não tinha essa limitação.”Percebe-se a multiplicidade de papéis que são desempenhados pelos docentes na escola. Estrela (2002) dá força à fala do sujeito ao afirmar que a sociedade tem a atribuído a escola e, mais precisamente ao professor, tarefas da família e de outras instituições sociais e o professor acaba por desempenhar múltiplos papéis (professor propriamente dito, psicólogo, pai/mãe, amigo/irmão, conselheiro, sacerdote, dentre outros), e isso exige que o professor busque aprimoramento constante e novas competências para lidar com as demandas sociais (p. 141).

Ser modelo moral. Ser modelo social pode ser definido como exemplo a ser seguido na sociedade. Os professores são referencias sociais na formação de seus alunos. O informante D02 manifesta ter consciência da sua influencia na construção pessoal do aluno: “Sou professor no ensino regular das minhas filhas, então elas tem que ver o pai em casa e tem que ver o profissional. Elas têm que ver o que eu cobro delas em casa, os valores, a moral, a ética, o respeito, a conduta diária e profissional como estudantes elas tem que comparar e ver que eu mantenho o meu discurso na sala de aula como professor.” Bandura (1977) quando se refere ás aprendizagens pela reprodução de modelos, nos quais os comportamentos observados no outro servem de guia para ações posteriores quando o indivíduo, ao observar o outro, forma idéias de como poderia executar novos comportamentos. Desta forma, cabe ao ser professor ensinar valores através de sua própria conduta.

Contato entre profesores. Se refere aos encontros nos quais seja possível realizar as trocas intersubjetivas entre eles no âmbito escolar. A escola é um espaço físico, constituído pelas relações entre as pessoas em seu interior, criada para promover a aprendizagem dos alunos, assim a escola é um espaço essencialmente intersubjetivo. As relações intersubjetivas se desenvolvem naturalmente em seu interior pelo contato diário, como manifesta o informante D02: “Então, essa intersubjetividade, querendo ou não ela acaba aparecendo pelo contato diário excessivo nós acabamos deixando transparecer a alguém algo positivo ou algo negativo.” Fritz Perls (D’acri, 2014, p. 9) afirma que é através do contato que se torna possível a realização de trocas entre o indivíduo e o ambiente, necessários aocrescimento e desenvolvimento humanos.

Expressão afetiva. Identifica-se na fala dos sujeitos outro sentido apontado pelos docentes, que é de fundamental importância para a compreensão da intersubjetividade na vida profissional deles. Trata-se da afetividade que é percebida como a expressão dos sentimentos dos docentes em seu cotidiano. Mosquera & Stoubaus (2006) afirmam que a afetividade, que se manifesta pelos sentimentos, reflete as ações das pessoas pelas modificações dos sentimentos e sua expressão comportamental. Assim, no que diz respeito à expressão dos sentimentos entre os docentes fala D01: “E a gente com essa troca eu acredito, que essa questão de lidar com os sentimentos, é outra coisa também que eu enfatizo bastante quando a gente se encontra tem a questão do abraço, da gente dar a mão, estar ombro a ombro e agente ter aquela conversa sadia entre o grupo tanto em uma escola quanto nas demais escolas que eu trabalho.” Para Muller (2000), ao afirmar que quando os relacionamentos se baseiam na afetividade, estes passam a ser produtivos e auxiliando tanto os professores quanto os alunos na construção do conhecimento e tornando a relação entre os dois menos conflitante, pois permite que ambos se conheçam, se entendam e se descubram como seres humanos e possam crescer.

Significados da intersubjetividade na vida profissional docente

Consciencia de coletividade. “Então essa intersubjetividade é esse estar interno de nós pelo nosso propósito, nosso projeto, até porque se formos olhar pela questão material poucos estariam na profissão docente.” Identifica-se que a intersubjetividade significa também consciência de coletividade diante de um propósito, que para o docente transcende ao profissionalismo, ou seja, as responsabilidades e obrigações profissionais, que está associada a um projeto individual do docente, no qual as questões materiais não são importantes, pois que é também um projeto de vida. A consciência de um objetivo quando partilhada com os outros colaboradores da escola é fundamental a formação de equipes de trabalho, fundamentais para que a educação aconteça. Assim, as competências individuais em uma escola só se desenvolverão se houver esta consciência de coletividade pelos partícipes do processo educativo. Dejours (1997) se refere a isso quando diz que competência humana depende do contexto ético e social, tanto do sujeito quanto do outro, ou seja, depende do coletivo.

Solidariedade. Ajuda entre os docentes se refere ao espírito de solidariedade entre os docentes no espaço escolar. Os professores percebem esta ajuda mútua como uma manifestação da intersubjetividade na sua vida profissional docente, que se manifesta através da partilha de conhecimentos como expressa M01:” E o conhecimento ele é para você estar compartilhando. Você tem que dar e receber porque não é isso que a gente vive...em sala de aula a gente ta ali para ensinar e aprender com eles.”Para Goulart (2010) há uma interação entre as ações daquele que ensina e quem aprende, ao considerar que quem ensina também aprende algo, seja refazendo sua prática ou refletindo sobre ela, seja pelas relações construídas com seus alunos. M01 manifesta a relação recíproca entre ensinar e aprender como dar e receber. Ressalta-se que para que esta relação solidária aconteça de forma favorável no processo educativo dependerá não só de fatores físicos organizacionais (da escola) e epistemológicos (do programa curricular, entre outros), mas dos conceitos que o professor tem sobre educação, como ressalta Bohn (2005).

Trabalho em equipe. A intersubjetividade possui também um sentido de união entre os docentes, é dar as mãos, “falar a mesma língua” nos remete novamente aos objetivos da educação como sendo dependentes destas relações que o docente estabelece no âmbito escolar em prol da aprendizagem do aluno. M01: “Uma escola que tem um grupo unido ela avança bem mais. Independente de salário, independente de escola bonita. Aquela união que diz assim: vamos falar a mesma língua? Vamos! O aluno tem que aprender, o nosso objetivo aqui é ensinar, é trabalhar o conhecimento do aluno. Vamos fazer isso? Vamos dar as mãos? Perrenoud (2001) trata do trabalho em equipe como uma das competências básicas para o trabalho docente. Na concepção de união como valor compartilhado pelos docentes, coloca o trabalho em equipe como reflexo da intersubjetividade dos professores em sua vida docente. Ressaltando que este tipo de trabalho favorece a intersubjetividade na vida profissional do docente, mas, de acordo com Jesus (2007) pode ser um fator de redução do isolamento dos professores, sendo também uma forma eficaz de solucionar os problemas, numa abordagem que priorize o “nós”, ao invés do “mim”, sendo fundamental para tanto, que os docentes recebam oportunidades para o desenvolvimento e aprendizagem constantes nesse sentido.

Conclusão

Deduz-se, então, que os sentidos daintersubjetividade na vida profissional dos professores manifesta-se na propria concepção dos sujeitos a respeito do que é ser professor, uma vez que sua identidade profissional é forjada nas interrelacões no meio social ao longo de sua formação.Dos próprios professores pode-se extrair uma definição do que é ser professor, que é ser uma pessoa comum, mas nem todas as pessoas comuns serão bons professores, visto que é necessário, para o exercício da docência, possuir algumas habilidades tais como: a criatividade, a persistência e determinação, além de competências técnicas. Ademais, ser professor é ser multifacetado capaz de adequar-se profissionalmente a realidade do aluno a fim de satisfazer a sua clientela, extraindo dela os seus desejos e necessidades, e considerando-as no seu fazer pedagógico.

A intersubjetividade assume para os docentes em sua vida profissional os sentidos de cumprimento de multiplos papeis pelo docente, ser modelo moral, contato com os outros profissionais no âmbito institucional escolar e expressão afetiva. Embora não haja localadequado e momentos ideais para que os docentes se aproximem, estes conseguem expresar seus sentimentos e perceber os outros através da alteração nas suas atitudes e comportamentos nos espaços de compartilhamento no cotidiano escolar.

O sentido de contato entre os colegas professores, apresenta-se como apenas em trocar idéias, mas em uma comunicação permeada pela sensibilidade de captar a subjetividade do outro, e assim compreender o mundo alheio. O eu e o tu se vinculam na relação entre os docentes, a partir desta comunicação, que, envolta pela manifestação afetiva, permite que o professor perceba o outro como um ser diferente dele na medida em que este se dispõe a compreendê-lo.

A intersubjetividade na vida profissional docente tem o significado de Consciencia de Coletividade, ou seja, comunicação de suas consciências individuais, que se realizam através da reciprocidade e no diálogo voltado para compreensão do outro e de uma consciência de coletividade em função dos objetivos da educação. Aí esta fundamentado o trabalho escolar e a existência da própria escola, pois que esta é um espaço essencialmente intersubjetivo. Resultam desta consciência de coletividade a solidariedade, ou seja, partilha a de conhecimentos e experiências pedagógicas e o trabalho em equipe. A consciência de uma coletividade evidencia-se quando em função dos objetivos educacionais, que uma vez partilhados, fundamentam o trabalho em equipe na escola, que motiva também para cada um exerça as suas funções e estejam envolvidos no processo educativo.

Destaca-se que as relações entre as pessoas são impactantes, pois na medida em que um indivíduo percebe o outro este é percebido, quando se ensina também se aprende, uma vez que se abre para receber o outro em nosso mundo interior modificamos e somos modificados mutuamente. A escola é um terreno que abriga uma teia de relações interpessoais e deve ocupar-se da qualidade destas relações para a excelência do ensino, o sucesso na aprendizagem e uma educação transformadora.









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1“O si - mesmo, como conceito empírico, designa o âmbito total de todos os fenômenos psíquicos no homem. Expressa a unidade e totalidade da personalidade global. (Jung, 2009, § 902)”.

2A autenticidade é a singularização da existência, isto é, é a apropriação de si, é a tomada de consciência do Ser-aí, é a sua real abertura às mais diversas possibilidades. É o momento da compreensão mais profunda em que o Ser-aí se abre ao mundo e se relaciona concretamente com as coisas. A inautenticidade, por sua vez, é marcada por aquele falatório infundado em que nunca há um aprofundamento do que fora dito; diferentemente, este modo autêntico tem outro sentido: o de apropriar-se das coisas com as quais se relaciona. É o falar somente do que se conhece, o que transcende a relação sujeito-objeto, mas alcança um nível mais profundo, o da inclusão no projeto de vida, de existência, de Ser-mais (Bicca, 1997).